MST realiza curso para fortalecer as agroindústrias no estado de Sergipe


Da Página do MST

Nesta segunda-feira (12) iniciou o primeiro módulo do curso em Gestão de Agroindústrias do MST, que acontecerá no Centro de Formação Canudos, situado no assentamento Moacir Wanderley (povoado Quissamã), em Sergipe.

O objetivo do Curso é fortalecer o Setor de Produção do Movimento por meio do conhecimento acerca dos aspectos básicos de uma economia popular, vinculado à realidade social do MST no estado.

Da Página do MST

Nesta segunda-feira (12) iniciou o primeiro módulo do curso em Gestão de Agroindústrias do MST, que acontecerá no Centro de Formação Canudos, situado no assentamento Moacir Wanderley (povoado Quissamã), em Sergipe.

O objetivo do Curso é fortalecer o Setor de Produção do Movimento por meio do conhecimento acerca dos aspectos básicos de uma economia popular, vinculado à realidade social do MST no estado.

O curso em Gestão de Agroindústrias é fruto de uma parceria entre o MST e a fundação Mundukide-Lanki, uma entidade que nasceu dentro da experiência cooperativa da Mondragon, no País Basco (Europa), com a missão de compartilhar esta experiência com outros povos e movimentos sociais.

Segundo Aritz Kanpandegi, membro do Movimento Cooperativo da Mondragon e integrante da coordenação do programa MST-Mundukide em Sergipe, o intuito é trazer elementos de discussão e metodologias de atuação para ajudar a melhorar o funcionamento das cooperativas do MST, vistas como ferramentas para uma transformação social. Nessa perspectiva, a participação da juventude dos assentamentos no curso é fundamental.

Confira a entrevista:

Qual é o objetivo do curso em gestão de agroindústrias?

O objetivo principal do curso é capacitar novos quadros gestores para as atividades econômico-produtivas do MST em Sergipe. Nesta perspectiva, achamos de suma importância a participação da juventude dos assentamentos, além das pessoas que hoje já estão à frente das atividades de produção do MST.

Filhas e filhos de assentados vão participar do curso, conquistando assim espaços dentro da organicidade do Movimento.

Na sua parte social, o curso buscará criar espaços de discussão coletiva entre a direção das regionais e a juventude dos assentamentos. Na parte mais técnica, o foco será a gestão das atividades: aprender a mexer com os números e avaliar quais são as condições necessárias para que uma atividade econômica seja viável. Na parte final do curso, os participantes vão criar os planos de viabilidade das atividades econômicas.

Quem está construindo o curso?

O curso está construído coletivamente pelo Setor de Produção do MST em Sergipe, a fundação Mundukide e o instituto Lanki. Ele está organizado segundo os princípios pedagógicos do MST, procurando a complementaridade entre o Tempo Escola e o Tempo Comunidade. Temos previsto dois tempos escola de três semanas cada um (novembro 2012 e março 2013), e dois tempos comunidade que vão até maio do próximo ano.

Esse curso faz parte de um projeto mais amplo visando desenvolver cooperativas nos assentamentos da reforma agrária. Quais são as vantagens deste tipo de organização?

O curso é uma atividade da parceria MST-Mundukide-Lanki, que começou em 2007, no estado do Paraná (ainda em andamento) e que foi ampliada para Sergipe em 2010. Mundukide e Lanki são duas entidades do Movimento Cooperativo da Mondragon, criado nos anos 1950 no País Basco (Europa).

Destes anos de organização cooperativa, podemos tirar vários aprendizados: a importância da soberania das pessoas dentro das organizações cooperativas, acreditando na autogestão; a necessidade de garantir internamente uma gestão democrática das nossas cooperativas; os esforços orientados para a continuidade e sustentabilidade das cooperativas; a importância da retaguarda econômica para a sustentabilidade dos movimentos sociais, interpretando as cooperativas como ferramentas para uma transformação social; a criação de um sistema intercooperativo, baseado na não-concorrência entre as cooperativas; a certeza que as pessoas associadas são os elementos mais importantes de uma cooperativa.

O objetivo da parceria MST-Mundukide-Lanki não é transferir o modelo da Mondragon para o MST, mas trazer alguns elementos de discussão (e algumas metodologias de atuação), que possam contribuir para melhorar o funcionamento das cooperativas.

Na região do Alto Sertão sergipano, o MST e a fundação Mundukide estão realizando uma parceria desde o ano passado. Quais são os objetivos dessa parceria?

O objetivo principal da parceria é aumentar as capacidades para a gestão das cooperativas e associações do MST no Alto Sertão. Neste objetivo, atuamos em cada área do tripé produtivo do Setor de Produção: organização cooperativa, produção organizada e planejada, assistência técnica. Como eixos transversais temos a mudança da matriz produtiva baseada na agroecologia e a luta.

Além de trabalhar os aspectos produtivos e organizativos das cooperativas, a parceria tem um eixo pedagógico importante, com cursos específicos, assessorias técnicas e trocas de experiências (entre produtores, cooperativas, organizações…).

O desafio é grande, mas acredito que a Reforma Agrária vai continuar firme, passo a passo, com o trabalho e a luta de centenas de milhares de famílias.