Campanha defende libertação de presos políticos palestinos

 


Por Marcelo Buzetto
Setor de Relações Internacionais do MST



Desde 1948, quando a Palestina foi ocupada por tropas do recém criado exército israelense, a resistência popular anticolonialista e antiimperialista criou um poderoso movimento de libertação nacional que resultou em diversas formas de luta e de organização para que o povo palestino pudesse enfrentar o avanço do Estado de Israel sobre as terras árabes da Palestina.

 

Por Marcelo Buzetto
Setor de Relações Internacionais do MST

Desde 1948, quando a Palestina foi ocupada por tropas do recém criado exército israelense, a resistência popular anticolonialista e antiimperialista criou um poderoso movimento de libertação nacional que resultou em diversas formas de luta e de organização para que o povo palestino pudesse enfrentar o avanço do Estado de Israel sobre as terras árabes da Palestina.

A criminalização da legítima resistência popular palestina foi uma das principais ações do Estado de Israel. Desde 1948 até os dias de hoje mais de 800 mil palestinos já foram presos por lutarem pela libertação de sua pátria, por independência nacional e por autodeterminação. A situação de desrespeito aos direitos humanos dos presos palestinos tem se agravado nos últimos anos, pois o governo de Israel faz ações de retaliação contra quem está nos cárceres. Cada vez que o povo palestino se mobiliza para lutar por justiça os prisioneiros sofrem com o isolamento, com a proibição de receber visitas de seus advogados e/ou de seus familiares, os que estão doentes não recebem o tratamento médico adequado, etc.

Nos últimos anos tem acontecido ações unitárias de mobilização entre os presos políticos das mais diversas organizações políticas palestinas. Nas prisões existe uma unidade entre as principais organizações da resistência palestina, que sempre convocam o povo para que deixem de lado divergências secundárias para construir uma unidade política nacional para enfrentar o colonialismo israelense.

Entre 2010 e 2012 a unidade e a determinação dos prisioneiros palestinos resultou na “Intifada” (o levante) das prisões, convocada por lideranças de organizações como a Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP), Frente Democrática pela Libertação da Palestina (FDLP), Movimento de Libertação Nacional (Al-Fatah), Brigada dos Mártires de Al-Aqsa, Movimento de Resistência Islâmica (HAMAS), Jihad Islâmica, entre outros. Uma das principais formas de luta dos prisioneiros foi a greve de fome, sendo que uma delas durou mais de 40 dias. Além dos prisioneiros, em diversos lugares da Palestina ocupada a população também iniciou uma greve de fome em apoio aos presos, inclusive cidadãos israelenses solidários aos palestinos, em cidades como Jerusalém.

Esse comando unificado de mobilização dos palestinos no interior das prisões israelenses tem servido de inspiração para aquelas pessoas e organizações que defendem a unidade nacional palestina como forma de desencadear uma nova ofensiva contra a ocupação israelense.

Os presos políticos palestinos se transformaram numa força política fundamental, mas precisam de apoio e da solidariedade internacional.

Durante o Fórum Social Mundial Palestina Livre, ocorrido em Porto Alegre (RS) entre 28 de novembro e 1º de dezembro, o MST se reuniu com familiares de presos políticos palestinos e com organizações palestinas de direitos humanos como a Associação de Direitos Humanos e Apoio aos Prisioneiros (www.addameer.org) e, junto com organizações brasileiras e da comunidade palestina no Brasil, estaremos realizando inúmeras atividades em 2013 no sentido de fortalecer a solidariedade com os presos políticos palestinos e seus familiares durante este ano de 2013.

Uma primeira iniciativa é um abaixo-assinado (segue abaixo o texto) com as principais reivindicações dos presos políticos palestinos.

Segue abaixo o texto.

Pedimos que as pessoas e organizações solidárias com esta luta enviem o nome completo/profissão/organização o mais rápido possível para [email protected] ou [email protected]. E que nos ajudem na divulgação desse importante documento colocando nas páginas dos blogs e sites de suas organizações.

O povo palestino certamente estará grato por mais essa iniciativa de solidariedade do povo brasileiro.

EM DEFESA DOS PRESOS POLÍTICOS PALESTINOS
LIBERDADE PARA OS 4600 PRESOS PALESTINOS ENCARCERADOS NAS PRISÕES ISRAELENSES

Desde 1948, quando foi criado o Estado de Israel em terras da Palestina, uma onda de violência e agressão marca o cotidiano do povo palestino. Todos os palestinos que lutam contra a ocupação israelense e pela independência nacional tem sido perseguidos, presos, torturados ou assassinados pelos sucessivos governos de Israel. O Estado de Israel é hoje o campeão mundial em violações dos direitos humanos. É um Estado anti-democrático e racista, que pratica uma limpeza étnica em todo o território da Palestina ocupada. A legítima luta de libertação nacional palestina contra o colonialismo israelense tem levado mais de 800 mil palestinos para as prisões israelenses.
Nós, abaixo assinados, condenamos as práticas a agressões diárias, cometidas pelo Estado de Israel, contra os presos politicos palestinos dentro das prisões israelenses. Condenamos as detenções contra o povo palestino, que almeja a liberdade e independencia. Segundo os últimos relatórios de organizações de direitos humanos o numero dos presos palestinos nas prisões israelenses chega a 4600, até o final de mês de outubro de 2012. Entre eles: 84 detidos administrativos, 189 crianças, 10 deputados, 9 mulheres, 530 que cumprem prisão perpétua, 451 sentenciados há mais de 20 anos. diante dessa situação exigimos:

1) a revogação imediata das prisões administrativas, que carecem de qualquer fundamentação legal e são mais um instrumento ilegal das foraças de ocupação;

2) a proteção à dignidade e à vida dos presos que realizam gr eves de fome como protesto contra as suas precárias condições nas prisões;

3) o cumprimento dos acordos realizados entre os presos, a direção dos presídios e o serviço de inteligência interna de Israel(Shein Beit);

4) imediata libertação de todos os 1027 presos que foram incluídos no acordo realidado em 2011, pois muitos dos que foram libertados foram perseguidos e presos novamente pelas tropas de ocupação;

5) libertar imediatamente todos os deputados membros do Conselho Legislativo Palestino, que foram eleitos pelo povo para exercer seu mandato e fortalecer a luta democrática na Palestina, e que hoje se encontram nas nas prisões israelenses;

6) o fim da politica de isolamento dentro das prisões, que submete o preso à condições muito mais desumanas, pois o excluí da possibilidade de contato com outros presos e com seus familiares;

7) a libertação imediata de todas as crianças e jovens menores de 18 anos, pois seus direitos fun damentais assegurados por diversas resoluções e pela própria Carta de fundação da ONU estão sendo cotidianamente desrespeitados nas prisões israelenses, como direito à saúde, à educação, etc;

8) a libertação imediata de todos os presos que se encontram com doenças consideradas graves;

9) atendimento médico digno e acesso à medicação e tratamento adequado, com possibilidade de visitas de médicos indicados por familiares e/ou organizações de direitos humanos que acompanham e prestam assistência e ajuda humanitária aos presos;

10) garantia ao direito à educação e acesso ao ensino superior no interior das prisões israelenses, com direito aos presos de ter acesso à livros, revistas e jornais;

11) que o Estado de Israel respeite e cumpra os acordos e as convenções internacionais de direitos humanos em relação aos presos políticos palestinos.

A luta dos presos políticos palestinos por melhores condições de vida nas prisões e por sua libertação é parte fundamental da luta por justiça e pela paz na Palestina. Não haverá paz sem justiça. E justiça hoje significa tratar com dignidade e libertar todos os presos políticos encarcerados por lutarem pela libertação de sua pátria. A luta do movimento de libertação nacional palestino contra a ocupação israelense é uma luta legítima, inspirada na heróica resistência popular de outros povos que também lutaram e venceram o colonialismo, conquistando assim seu direito inalienável à soberania, à independência e a autodetermninação.

Pedimos à todas as forças democráticas e progressistas do mundo, e suas organizações políticas, sociais, culturais e humanitárias, bem como aos governos que defendem e praticam os princípios fundamentais dos direitos humanos e do direito internacional humanitário, que divulguem este abaixo-assinado e que façam chegar às autoridades israelenses em seus países, pois a causa palestina é hoje uma causa de toda a humanidade.

Ninguém pode ficar impune quando comete uma injustiça. Chegou a hora do Estado de Israel ser julgado pelos inúmeros crimes que vem cometendo contra o povo palestino.

PAZ, JUSTIÇA E LIBERDADE PARA A PALESTINA!!!!!

Quem assina, entidades, profisionais advogados, medicos, professores… etc, indicando nome e profissão e personalidades intelectuais, autoridades vereadores, deputados e outros