Governo Dilma paralisou avanços sociais no campo da gestão Lula, diz Stedile


Por Cristiane Agostine
Do Valor
 

Por Cristiane Agostine
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Líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais  Sem Terra (MST), João Pedro Stédile criticou a política agrária do governo Dilma Rousseff e disse que a atual administração federal paralisou os avanços sociais no campo registrados  na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Stédile reclamou da redução do número de famílias assentadas no programa de reforma agrária. “Na época do Lula havia uma política de assentamentos que agora está paralisada”, disse o dirigente do MST. “Em média, Lula assentava 60 mil, 80 mil famílias por ano. Agora Dilma baixou para 20 mil. É uma mudança clara. Dilma não mudou nada nem ampliou as políticas boas do governo Lula”, completou.

Cerca de 44 mil famílias foram assentadas durante a gestão Dilma, patamar menor do que o registrado nos governos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (105 mil nos dois primeiros anos) e Lula (117 mil nos dois primeiros anos).

O líder do movimento social citou como exemplo de “política positiva” da gestão anterior a compra de alimentos pela Conab. “Talvez tenha sido a principal medida do governo Lula para garantir a vida dos pequenos produtores. Mas devido ao [corte do] orçamento da Conab hoje estão beneficiando cerca de 200 mil famílias, mas precisariam ser atendidas quatro milhões de famílias”, disse.

Stédile cobrou ainda soluções para atender as cerca de 100 mil famílias acampadas e outras 180 mil que vivem em terras dadas pelo governo, mas que não têm casa. “As pessoas receberam terras, estão assentadas, mas não têm casa. Moram em barracos. A presidente tinha se comprometido a incluir famílias no Minha Casa, Minha Vida, mas a burocracia do governo até agora não viabilizou”, afirmou nesta sexta-feira, ao participar da solenidade de posse do secretário municipal de Direitos Humanos de São Paulo, Rogério Sotilli, no comando da Comissão Municipal de Direitos Humanos de São Paulo.