MST lamenta a morte do militante e fotógrafo João Zinclar

Da Página do MST

 

A Direção Nacional do MST lamenta a morte do militante social e fotógrafo João Zinclar, em um trágico acidente de ônibus, na madrugada deste sábado (19/1) na altura do KM-98, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense.

Da Página do MST

 

A Direção Nacional do MST lamenta a morte do militante social e fotógrafo João Zinclar, em um trágico acidente de ônibus, na madrugada deste sábado (19/1) na altura do KM-98, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense.

Zinclar fazia da máquina fotográfica um instrumento de luta do povo brasileiro ao registrar as manifestações dos sem-terra, ribeirinhos, indígenas, quilombolas e operários.

Viajou por todo o país e fez belas fotos, que ilustraram jornais, revistas e publicações do nosso movimento (veja galerias abaixo).

Veja arte do MST em homenagem ao companheiro João Zinclar

Acompanhou dezenas de atividades do nosso movimento, como ocupações, marchas e encontros (a foto à esquerda
foi tirada no acampamento Nova Canudos, em 1999).

Foi um homem simples, humilde e genereso. Era um homem do povo e sempre esteve no meio do povo.

Compartilhou com a nossa militância mais do que fotos, mas sua companhia, suas ideias e o bom humor.

O MST perde um grande amigo e o povo brasileiro um lutador com um profundo compromisso com as lutas sociais e a transformação do nosso país.

O velório acontecerá no município de Campinas, neste domingo, a partir das 20h, no Cemitério Parque Nossa Senhora da Conceição – Amarais.

O enterro será nesta segunda-feira, às 14h.

Galeria de fotos de João Zinclar
O olhar de João Zinclar do 5º Congresso do MST 2007
Marcha Nacional do MST pela Reforma Agrária em 2005
Ato dos movimentos sociais pela Alba em janeiro 2009
Ato de 200 anos da independência da Venezuela em Caracas em 2010

Leia abaixo poesia feita por Ademar Bogo, poeta e dirigente do MST, em homenagem a João Zinclar:

 

FOTÓGRAFO DO INFINITO

João das lentes inteligentes

Que dos olhos fez os próprios instrumentos

E cultivou o belo esculturado

Escondido dos olhares comuns.

Extrativista na coleta de fatos

Escultor das tábuas da memória

Intruso entre os limites do esquecimento

E o momento em que a ação se faz história.

Paciente como o dorso das montanhas

Consciente como a gema da semente

Idêntico aos relâmpagos reluzentes

Que disparam os trovões tornando-os fatos;

Simples, cordial e sensato…

Que em matéria humana era despercebido.

Astuto, rebelde e atrevido

Lançando imagens nas faces das consciências;

Se aos olhos não deu trégua nem clemência

Deu aos dedos toda a delicadeza,

E rimou com as imagens: rudeza com beleza

Fazendo-as passear de mãos em mãos;

Abriu e cerziu o coração de cada ser sensível.

Terá  agora a tarefa mais incrível

De fazer algo grandioso e mais bonito:

Com os olhos da sensibilidade

Viverá  por toda a eternidade

Nas fotos que fará  pelo infinito.