Presidente do Incra garante que não haverá despejo

 

Por Jade Percassi
Da Página do MST

 

Na noite de quinta-feira (25/01) as famílias do assentamento Milton Santos, o MST e outras organizações aliadas fizeram uma reunião com o presidente nacional do Incra Carlos Guedes.

Em plenária realizada na sede da superintendência do Incra em São Paulo, que estava ocupada desde a semana passada, Guedes apresentou as últimas medidas do governo federal junto a Justiça para tentar reverter a reintegração de posse, que foi decretada em novembro.

 

Por Jade Percassi
Da Página do MST

 

Na noite de quinta-feira (25/01) as famílias do assentamento Milton Santos, o MST e outras organizações aliadas fizeram uma reunião com o presidente nacional do Incra Carlos Guedes.

Em plenária realizada na sede da superintendência do Incra em São Paulo, que estava ocupada desde a semana passada, Guedes apresentou as últimas medidas do governo federal junto a Justiça para tentar reverter a reintegração de posse, que foi decretada em novembro.

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Guedes disse que foram realizadas novas reuniões com a Justiça Federal e o Ministério Público Federal, solicitando a prorrogação do prazo da reintegração de posse até que o impasse jurídico sobre a área seja resolvido. Ele garantiu que não acontecerá o despejo das famílias.

“O governo vai fazer de tudo para manter o assentamento e as famílias que estão lá”, disse Guedes. “Respeitamos a decisão judicial que, em caráter liminar, determinou a reintegração de posse. Mas estamos argumentando que não tem nenhum sentido determinar a reintegração de posse, com o despejo das famílias, enquanto não se resolver a questão do mérito.”

Nesta sexta-feira, as famílias desocuparam a sede do Incra, mas continuarão mobilizadas até que o governo lance mão de uma solução definitiva. 

Tortura

Embora o governo federal siga reafirmando que o despejo não será executado, nenhuma das medidas tomadas até o presente momento garante a permanência do assentamento Milton Santos.

As famílias assentadas avaliam que não houve avanço significativo, pois o prazo para o despejo continua correndo.

“Nós estamos sendo torturados nesse processo. A responsabilidade pelo assentamento é do Incra, se permitirem que a polícia entre para nos tirar, vai ser uma desgraça”, desabafou um assentado, durante a plenária.

As famílias cobram uma solução imediata e definitiva. Segundo os advogados do MST, seria um decreto de desapropriação por interesse social.

O deputado estadual Adriano Diogo (PT) e o deputado federal Ivan Valente (Psol), que também estavam presentes, reafirmaram apoio ao assentamento Milton Santos.

Desde o início de dezembro, as famílias assentadas, o MST e muitas outras organizações aliadas realizam diversas formas de mobilização e pressão, para que a ordem de despejo não seja cumprida e o decreto seja assinado pelo governo federal.

A direção estadual do Movimento entende que o Milton Santos se trata de um caso emblemático, pois a perda de um assentamento consolidado representaria um enorme retrocesso para a Reforma Agrária e das conquistas da classe trabalhadora.