Chávez compartilhava com o povo aspirações, afirma intelectual


Por Luiz Felipe Albuquerque
Da Página do MST



A Via Campesina, junto com outras organizações sociais, homenagearam o ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez - falecido no começo de março deste ano -, no Fórum Social Mundial, que acontece em Tunes, capital da Tunísia, nesta sexta-feira (29/3).


Por Luiz Felipe Albuquerque
Da Página do MST

A Via Campesina, junto com outras organizações sociais, homenagearam o ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez – falecido no começo de março deste ano -, no Fórum Social Mundial, que acontece em Tunes, capital da Tunísia, nesta sexta-feira (29/3).

“Chávez, no plano político, sua fidelidade na amizade e sua ligação popular são mensagens de extrema importância que devemos afirmar nesse espaço”, disse o intelectual e sociólogo François Houtart, que ressaltou a preocupação do venezuelano em reorganizar seu país em função da mentalidade popular e das necessidades do povo.

“Mesmo ele sendo um militar e teendo um diploma universitário, Chávez continuou um homem do povo. E sua preocupação, mais do que qualquer outro líder da América Latina, é continuar próximo do povo”, completou.

Já Farid Fernandez, representante do comando de campanha do candidato à eleição Nicolás Maduro, lembrou da particular relação que Chávez sempre teve com o Fórum Social Mundial, ao ser o chefe de estado que mais participou dessas atividades.

Fernadez ressaltou, por exemplo, a presença do ex-presidente e as propostas políticas inspiradas por ele no Fórum 2003, na cidade de Porto Alegre, mesmo estando num momento crítico em seu país, quando a Venezuela acabara de passar por uma tentativa de golpe de estado.

“Em 2005, em um discurso que passou a fazer parte da história do nosso continente, ele expôs a necessidade de buscar o socialismo. Hoje, aqui em Tunes, nós reiteramos essa mesma necessidade”, relembrou Fernandez.

Ele tampouco deixou de fazer críticas ao FSM, ao lembrar o questionamento de Chávez em 2006, quando este falou da “relação insuficiente, e às vezes a falta de apoio político por parte desse Fórum com o governos progressistas e de esquerdas da América Latina, que implementaram muitas das propostas nascidas no Fórum Social.”

Chávez e os camponeses

Em 2005, Chávez visitou o assentamento do MST Lagoa do Junco, em Tapes (RS), e selou convênio com o MST e a Via Campesina para o envio de sementes de movimentos sociais brasileiros para a Venezuela e a criação do Instituto Latino Americano de Agroecologia (IALA), a primeira escola latino americana para promover e desenvolver a prática da produção agroecológica.

“Quando Chávez chegou no assentamento, ele se apresentou como um camponês. Ele sempre disse ser um camponês, um homem do povo. Sempre lutou pela integração dos povos e pela integração latino americana”, destacou Douglas Estevam, do MST e da Via Campesina, ao destacar os exemplos da Alba e as experiências do Iala.

“O mais importante de seu legado é que Chávez nãos ficou apenas na integração entre os Estados, apenas uma integração econômica feita de cima para baixo. Para ele a essência da integração vem dos povos, dos movimentos sociais, algo que ele sempre se preocupou em impulsionar”, disse.

Defender sua herança

Muitos lembraram da necessidade de seguir a luta e defender a herança e os valores deixados por Chávez, num contexto em que o país passa por eleições presidenciais, que ocorrerão no próximo dia 14 de abril.

“Convidamos nossos irmãos do sul e do norte, mulheres e homens para que juntos logremos derrotar os valores do capitalismo, do imperialismo, os mecanismos de dominação e a globalização financeira neoliberal. Nosso presidente, Nicolás Maduro, junto com a união de nosso povo, sabem que a dignidade, a justiça e a libertação humana, e em definitiva a transição para o socialismo, seguirá sendo nossa principal luta”, discursou Fernandez.

O venezuelano ainda afirmou total solidariedade aos povos que lutam pelos seus direitos e recordou uma frase de Maduro. “Seguiremos combatendo, seguiremos lutando, batalhando por Chávez. Nenhum minuto de silêncio, toda uma vida de combate”.