Famílias começam a transformar cenário de fazenda improdutiva em Alagoas


Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

Dois dias após a ocupação da fazenda Bebedouro, que aconteceu nesta terça-feira (9), as 80 famílias de trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra já erguem seus barracos na área até então abandonada, no município de Boca da Mata, em Alagoas.


Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

Dois dias após a ocupação da fazenda Bebedouro, que aconteceu nesta terça-feira (9), as 80 famílias de trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra já erguem seus barracos na área até então abandonada, no município de Boca da Mata, em Alagoas.

Os camponeses já começam a mostrar o empenho para transformar os 700 hectares de terra improdutivos, ao planejarem o que querem para a região. “É um absurdo pagarmos tão caro por alimentos que podemos produzir. Logo, essa fazenda estará com todos os barracos prontos, com muita produção e com as nossas crianças podendo estudar aqui mesmo”, disse a acampada Rita de Cássia.

No mês da luta internacional pela Reforma Agrária, esta ocupação é mais uma ação das famílias para cobrar a efetivação da Reforma Agrária no país, garantindo o acesso a terra e as condições reais de produção e possibilidade de permanência no campo. “Precisamos da terra para trabalhar e sobreviver, e é por isso que ocupamos essa área”, destaca Cássia.

Família Dâmaso

A fazenda pertence a Zeca Dâmaso e não cumpria sua função social, ao deixar a terra ociosa. A família Dâmaso já teve membros indiciados em diversos casos de corrupção e elegibilidade em Alagoas e no Pará.

Além da improdutividade da fazenda Bebedouro, há irregularidades trabalhistas. Devido às dívidas com o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), as negociações já realizadas entre proprietário e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) nunca chegaram a uma conclusão favorável ao assentamento de famílias Sem Terra.