Cerca de 150 Sem Terra continuam com mobilizações na capital paranaense


Da Página do MST

Após mobilizar cerca de três mil pessoas no fechamento 20 rodovias estaduais e federais, e de realizar um ato em frente ao Tribunal de Justiça do Estado, em Curitiba, nesta quarta- feira (17), os Sem Terra do Paraná continuam realizando atividades na capital paranaense.


Da Página do MST

Após mobilizar cerca de três mil pessoas no fechamento 20 rodovias estaduais e federais, e de realizar um ato em frente ao Tribunal de Justiça do Estado, em Curitiba, nesta quarta- feira (17), os Sem Terra do Paraná continuam realizando atividades na capital paranaense.

Os 150 integrantes do Movimento realizam até sexta-feira (19), em Curitiba, uma série de audiências com o governo municipal, estadual e federal, com o objetivo de exigir a obtenção de novas áreas para assentar as cinco mil famílias acampadas no Paraná, e reivindicar políticas públicas para o desenvolvimento dos assentamentos, desde crédito agrícola, habitação rural, educação e saúde.

No Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a audiência desta quarta-feira (17) teve como tema o assentamento das 5.100 famílias acampadas no estado. Nessa quinta-feira (18), a pauta é sobre a infraestrutura e qualificação dos assentamentos, e na sexta-feira (19), o Incra e demais órgãos públicos federais estarão reunidos, a partir das 9h, no auditório da autarquia, para encaminhar as demandas apresentadas, dentro de um modelo de atendimento integrado do governo federal.

Também já ocorreram audiências na Secretaria Estadual de Educação (SEED), Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Companhia de Habitação (Cohapar), Companhia Paranaense de Energia (Copel) e Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) e Secretaria de Cultura do Paraná.

Segundo o membro da coordenação estadual do MST José Damasceno, as audiências realizadas até o momento foram satisfatórias, já que os órgãos governamentais têm planejamento de ações. “Conseguimos amarrarmos compromissos, metas e planejamentos a serem alcançados, algumas até a médio prazo. Isso vai contribuir na qualificação das áreas de Reforma Agrária no Paraná.”

Mobilizações

Integrantes do MST trancaram várias rodovias estaduais e federais no interior do Paraná, na manhã de quarta-feira (17). Eles pediram agilidade no processo da reforma agrária e denunciaram a impunidade dos assassinos dos 19 sem terra mortos em Eldorado dos Carajás, no sudeste do Pará.

José Damasceno comenta que as mobilizações nas rodovias e no Tribunal de Justiça é importante para contestar a lentidão do plano de reforma agrária e cobrar justiça aos crimes cometidos contra trabalhadores Sem Terra.

“O poder judiciário é muito rápido em dar reintegração de posse, mas quando é para dar respostas à desapropriação de terras demora. O sistema judiciário tem uma política ideológica contrária à reforma agrária, não tendo apenas uma postura técnica”, criticou.

No norte do estado, foram três rodovias fechadas, Faxinal BR-277 que reuniu 400 sem terra, Londrina PR-445, foram 320 militantes, e em Porecatu 100 trabalhadores fecharam a PR-450. Já em Cascavel, no oeste, aproximadamente 380 pessoas bloquearam a BR-277. Em todos os locais foram espalhadas 21 cruzes pela rodovia em homenagem às vítimas.

Os Agrotóxicos da Nortox

Cerca de 300 trabalhadores do MST, funcionários públicos, comerciantes do município de Arapongas no Paraná, trancaram a BR 369, no Km 195 em frente à empresa de agrotóxicos Nortox, como forma denunciar a falta de fiscalização e descaso por parte dos órgãos responsáveis com a população da região e o meio ambiente.

Em setembro de 2006, o MST já havia feito uma denuncia a empresa, porém sem êxito na hora da fiscalização, desta forma acabaram concluindo que o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), estaria acobertando a Nortox.

A Nortox fabrica herbicidas, fungicidas, inseticidas, acaricidas e nutrição animal, onde todos esses são testados perto de áreas de mananciais, contaminando assim a água e as plantações dos agricultores que moram ali perto.

O trânsito foi paralisado por 21 minutos, como forma de denúncia também aos 17 anos de impunidade do massacre de Eldorado dos Carajás. A mobilização fica marcada pela organização popular em luta unitária referente a um problema social.