Em Alagoas, Jornada de Lutas da Via Campesina mobiliza 1200 camponeses

 
 
Da Página do MST
 
 
Desde o dia 17 de abril, que marcou a passagem dos 17 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) está mobilizado em Alagoas.
 
 
Da Página do MST
 
 
Desde o dia 17 de abril, que marcou a passagem dos 17 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) está mobilizado em Alagoas. Mais de 1200 trabalhadores participaram de marchas, bloqueio de rodovias, atividades culturais e mobilizações unitárias para cobrar do Governo a realização da Reforma Agrária com desapropriação de latifúndios, bem como cobrar justiça aos mortos em conflitos por terra.
 
Nesta sexta-feira (19/04), os milhares de camponeses participaram de negociações com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), com a Eletrobrás Distribuição Alagoas e com o Instituto de Meio Ambiente (IMA-AL) sobre demandas estruturais de assentamentos e pressionando pela obtenção de novas áreas para o assentamento de famílias acampadas. Em Alagoas, existem mais de 10 mil famílias aguardando para serem assentadas.
 
“Existe um desprezo pelos trabalhadores em Alagoas e no Brasil e nós não aceitamos isso. O desprezo por uma proposta de Reforma Agrária só culmina no estímulo à violência no campo e na cidade”, avalia José Roberto Silva, da Direção Nacional do MST.
 
Durante toda a semana da Jornada Nacional de Lutas de Abril, atividades culturais foram desenvolvidas para ampliar o diálogo com a sociedade sobre a importância da Reforma Agrária, para o campo e para a cidade.
 
Na noite desta quinta-feira (18/04), o Cinema Na Terra exibiu o filme Narradores de Javé, no acampamento dos Sem Terra na praça Sinimbu, Centro de Maceió. Desde segunda-feira (15/4), uma exposição fotográfica lembra a luta pela terra na Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
 
Na última quinta-feira (18/04), as famílias de agricultores se somaram a outros milhares de trabalhadores e estudantes urbanos numa Jornada Unificada de Lutas em Defesa de Alagoas, contra o projeto de desmonte do público e ataques a direitos sociais imposto pelo Governo Teo Vilela (PSDB). Mais de seis mil trabalhadores organizados tomaram as ruas da capital Maceió e protestaram em frente ao Palácio República dos Palmares.
 
O Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária, 17/04, foi marcado por uma grande mobilização do MST em Atalaia, cidade onde foram assassinadas três lideranças: em 1995, Chico do Sindicato; em 2000, José Elenilson; e em 2005, Jaelson Melquíades, da Direção Estadual do Movimento.
 
Também foi realizada uma vigília em frente ao Tribunal de Justiça (TJ-AL) e foi bloqueada por 21 minutos a BR-316, em memória aos 21 mortos no Massacre de Eldorado dos Carajás.