Acampamento em Brasília fortalece luta unitária entre a classe trabalhadora


Por Iris Pacheco
Da Página do MST


Já se passaram 76 dias do Acampamento Nacional Hugo Chávez, que se iniciou no dia 5 de março em Brasília, com 500 militantes de todo o país mobilizados pela retomada da Reforma Agrária no Brasil.

O ato de estar mobilizado permanentemente na capital federal cumpre a função de fortalecer a luta do movimento por Reforma Agrária e denunciar o avanço do agronegócio no país. Nesse sentido, Ireno Erochnow, dirigente do MST no Paraná, comenta que em 2013, o Acampamento é uma das principais tarefas de mobilização do MST.

Por Iris Pacheco
Da Página do MST

Já se passaram 76 dias do Acampamento Nacional Hugo Chávez, que se iniciou no dia 5 de março em Brasília, com 500 militantes de todo o país mobilizados pela retomada da Reforma Agrária no Brasil.

O ato de estar mobilizado permanentemente na capital federal cumpre a função de fortalecer a luta do movimento por Reforma Agrária e denunciar o avanço do agronegócio no país. Nesse sentido, Ireno Erochnow, dirigente do MST no Paraná, comenta que em 2013, o Acampamento é uma das principais tarefas de mobilização do MST.

“O processo permanente de diversas ações em Brasília surte efeito, incomoda. O governo está comprometido com o capital e não com a Reforma Agrária. Não estamos aqui para negociar luta política da classe trabalhadora, queremos é que o governo atenda a pauta da Reforma Agrária, que já está amarela, por isso permaneceremos mobilizados até que o governo nos atenda com o indicativo de ações concretas”, afirma.

O processo de mobilização em Brasília também fortaleceu a organização de lutas em torno de pautas unitárias, como a violação dos direitos humanos dos quilombolas e a privatização do setor energético no país.

Para Ireno, “o acampamento cumpriu com a função de garantir a unidade com outros movimentos sociais e fortaleceu a compreensão da classe trabalhadora se juntar na luta contra o capital”, afirma.

Agroecologia e formação

O Acampamento Hugo Chávez não se configura apenas como um espaço de pressão e reivindicação ao governo. É também um espaço de desenvolver a produção agroecológica, visando dialogar com a sociedade no debate sobre a importância deste tipo de produção em nosso país e garantir a subsistência dos trabalhadores e trabalhadoras presentes no Acampamento.

“O Acampamento está desenvolvendo diversas atividades, entre elas, as da produção de verduras e hortaliças que já garante o complemento à alimentação dos acampados e acampadas. Ao mesmo tempo, os momentos de tarefas práticas da produção agroecológica tem sido um espaço de formação da consciência técnica deles”, explica Ireno.

O MST defende a realização da Reforma Agrária para desenvolver o país e eliminar a pobreza. No entanto, o atual momento político bloqueia essa possibilidade, que é chave para a porta do desenvolvimento de uma agricultura saudável e agroecológica.

Esta matriz produtiva é defendida como alternativa ao modelo de agronegócio, que hoje tem esgotado as riquezas naturais e comprometido a saúde do povo brasileiro com contaminação pelo uso e consumo de agrotóxicos.

A formação está presente em todo o cotidiano do Acampamento, seja ela técnica, ou política-ideológica. Os camponeses e camponesas que constroem o Acampamento participam diariamente de diversos processos de formação sobre temas que englobam a atual conjuntura brasileira.

Ireno afirma que além da tarefa de pressão e mobilização, o Acampamento deve cumprir com a tarefa de formar a militância. “O Acampamento também tem função de trocar diversas experiências e culturas do país aglomerados aqui. Ao saírem daqui, os camponeses e camponesas levam em sua bagagem um acúmulo de experiências de formação técnica, política-ideológica e cultural, que poderá fortalecer a organicidade em seus respectivos estados”, acredita.