Curso de residência agrária cria diálogo entre universidade e realidade social


Da Página do MST


Mais de 200 pessoas presenciaram nesta quinta-feira (5) a aula inaugural do curso de pós-graduação "Residência Agrária – Agroecologia, Questão Agrária, Agroindústria e Cooperativismo", na Universidade Federal de Sergipe (UFS).

“A existência deste curso é mais uma vitória na luta do MST pela educação. Esta luta permitiu que os trabalhadores rurais estivessem, hoje, dentro da Universidade", salientou Rita Fagundes, Professora na UFS e coordenadora do curso.


Da Página do MST

Mais de 200 pessoas presenciaram nesta quinta-feira (5) a aula inaugural do curso de pós-graduação “Residência Agrária – Agroecologia, Questão Agrária, Agroindústria e Cooperativismo”, na Universidade Federal de Sergipe (UFS).

“A existência deste curso é mais uma vitória na luta do MST pela educação. Esta luta permitiu que os trabalhadores rurais estivessem, hoje, dentro da Universidade”, salientou Rita Fagundes, Professora na UFS e coordenadora do curso.

João Pedro Stedile, da coordenação nacional do MST, ressaltou que apenas a produção de alimentos por si só, não é suficiente, e destacou a importante desse processo se conciliar com a formação do sujeito. “Só o conhecimento liberta verdadeiramente as pessoas. Por isto, o MST também luta pela educação. Como nos ensinou Paulo Freire, esta educação deve ser um diálogo entre a universidade e a realidade social.”

Comentou ainda, a missão dos trabalhadores rurais sobre a terra. “A nossa missão é produzir alimentos sadios para a população. Esta missão é complexa, porque os capitalistas querem produzir mercadorias para ter lucro. Por isto, hoje só querem produzir soja e etanol. Ao contrário, nós lutamos por outro modelo de agricultura, que responda às necessidades da população brasileira.”

O curso disponibilizou 50 vagas destinadas prioritariamente a assentados e assentadas da Reforma Agrária. Todos os estudantes também serão bolsistas.

A especialização foi projetada após conversas entre professores da universidade e o MST. “Trata-se de um curso transdisciplinar, que tem o objetivo de garantir um espaço de reflexão e pesquisa, mas também de mudar a nossa realidade”, afirmou Antonio Pereira, coordenador do curso.

O curso terá duração de 24 meses e será ministrado por professores da UFS. Ele usará a pedagogia da alternância entre tempo escola e tempo comunidade, com módulos de vivência em assentamentos.

Da Reforma Agrária Clássica a Popular

Na aula inaugural foi ministarda por João Pedro Stédile, junto com a professora Alexandrina Luz Conceição.

Durante a segunda parte da aula, Stedile propôs um percorrido da questão da Reforma Agrária no Brasil, desde o período colonial, quando o capitalismo mercantil europeu impôs a produção em grandes extensões de terras e o trabalho escravo, ao novo modelo do agronegócio, que compõem a aliança entre latifundiários, empresas transnacionais e capital financeiro.

Segundo o dirigente, a consolidação do agronegócio derrotou os modelos de Reforma Agrária clássica, inicialmente propostos pelos movimentos sociais. Essa nova conjuntura coloca, para os movimentos do campo, a necessidade de estudar e debater sobre o tipo de Reforma Agrária que a sociedade brasileira precisa na atualidade.