MST cobra justiça a Sem Terra assassinado em Alagoas

 
Da Página do MST
 
 
Uma mobilização de trabalhadores rurais das diversas regiões de Alagoas cobra a punição dos envolvidos no assassinato do Sem Terra Luciano Alves, o Grilo, ocorrido em 2003.
 
Da Página do MST
 
 
Uma mobilização de trabalhadores rurais das diversas regiões de Alagoas cobra a punição dos envolvidos no assassinato do Sem Terra Luciano Alves, o Grilo, ocorrido em 2003. Luciano Alves era membro da Direção Estadual do MST e personificava uma ameaça ao poderio de coronéis na região.
 
A manifestação acontece nesta quarta-feira (17/07) na porta do Fórum de Justiça de Arapiraca, cidade vizinha ao município de Craíbas, onde tombou numa emboscada o agricultor e liderança Sem Terra. Vão a julgamento “Zé Catu” (José Francisco da Silva, vereador pelo PSDB de Girau do Ponciano), acusado de ser o mandante do crime, Francisco da Silva (irmão do vereador), José Olegário dos Santos e Josinaldo José dos Santos (falecido durante o processo) respondendo pela execução de Grilo.
 
Após dez anos do assassinato, o julgamento, marcado para o último dia 03/07 e novamente adiado, acontece na cidade de Arapiraca. Para José Roberto Silva, da Direção Nacional do MST, “não entendemos o porquê de tanta demora. O poder judiciário está devendo muito aos trabalhadores do campo. É necessário urgência em julgar todos aqueles casos”, se indigna o dirigente se referindo a mais três casos de assassinatos ainda impunes.
 
José Roberto se refere à execução de Jaelson Melquíades (em 2005) e José Elenilson (em 2001), além do caso de Chico do Sindicato (morto em 1995), todos no município de Atalaia. Segundo o advogado e militante do MST Inaldo Valões, “houve muita demora, comum para crimes contra a vida, principalmente na zona rural, mas neste caso (de Grilo), notamos que a população de Girau tem medo de testemunhar contra o vereador”.
 
O acusado de ser mandante do assassinato, José Francisco da Silva, disputaria com Luciano Alves a vaga para Câmara de Vereadores de Girau do Ponciano. Grilo já havia anunciado sua disposição de se candidatar ao cargo, o que passou a incomodar a elite local temerosa de ver partida sua base social e eleitoral.