Movimentos de juventude lançam calendário de lutas por reformas

Da Pàgina do MST

 

Diversas entidades que organizam a juventude, como movimentos sociais e sindicatos de trabalhadores da cidade e do campo, entidades estudantis, feministas, juventudes partidárias, religiosas e coletivos de cultura construíram um calendário de lutas para o final de agosto, em reunião no sábado (3/8) em São Paulo.

Da Pàgina do MST

 

Diversas entidades que organizam a juventude, como movimentos sociais e sindicatos de trabalhadores da cidade e do campo, entidades estudantis, feministas, juventudes partidárias, religiosas e coletivos de cultura construíram um calendário de lutas para o final de agosto, em reunião no sábado (3/8) em São Paulo.

As bandeiras prioritárias das organizações de juventude são a democratização dos meios de comunicação, a Reforma Política, a garantia de 10% do PIB para educação e o fim do extermínio de jovens nas periferias.

Haverá uma manifestação em defesa do investimento em educação pública no dia 28 de agosto.

No dia 30 de agosto, os jovens farão protestos na frente das sedes da Rede Globo em todo o país em defesa da democratização dos meios de comunicação.

As organizações participarão do Gritos dos Excluídos, organizado pelas pastorais e por movimentos populares, que acontecerá na semana do 7 de setembro.

“A juventude nas ruas com demandas progressistas, que implicam necessariamente o fortalecimento da classe trabalhadora, da soberania nacional e do Estado brasileiro, cria um quadro político favorável para avançar no processo de transformação do país”, diz carta da jornada de juventude à sociedade.

Abaixo, leia a íntegra da carta (entidades que quiserem aderir à carta e participar do processo de lutas devem enviar um e-mail para [email protected]).

Carta da Jornada de Lutas da Juventude Brasileira
A hora e a vez da juventude

As mobilizações da juventude em junho representam uma mudança na conjuntura política no Brasil e abrem uma janela histórica para a realização das reformas estruturais necessárias para garantir a soberania nacional e os direitos da classe trabalhadora, promovendo o desenvolvimento econômico com justiça social, livre do racismo, machismo e homofobia.

Construímos no começo deste ano uma articulação ampla para fazer um diagnóstico coletivo da conjuntura, promover lutas sociais para pressionar os governos e enfrentar os inimigos do povo brasileiro. Participam diversas entidades que organizam a juventude em movimentos sociais e sindicatos de trabalhadores da cidade e do campo, entidades estudantis, feministas, juventudes partidárias, religiosas, LGBT, coletivos de cultura e das periferias.

O nosso manifesto de lançamento, apresentado em fevereiro de 2013, proclamava a unidade da juventude para “avançar nas mudanças e conquistar mais direitos para juventude”. Logo depois, fizemos uma jornada de lutas em todo o país em março/abril, com a plataforma que construímos de forma conjunta.

Já havia naquele momento a expectativa de que os jovens sairiam às ruas para cobrar dos governos mais investimentos em educação, melhores condições de vida, mudanças no sistema político e respeito aos direitos. As manifestações de massa que aconteceram por todo o país, que tiveram como estopim a luta contra o aumento das passagens do transporte público, mostrou a disposição dos jovens irem às ruas exigir mudanças.

A juventude nas ruas com demandas progressistas, que implicam necessariamente o fortalecimento da classe trabalhadora, da soberania nacional e do Estado brasileiro, cria um quadro político favorável para avançar no processo de transformação do país. Nesse quadro, temos o compromisso de consolidar a unidade política, enraizando a nossa articulação nas nossas bases, intensificar o processo de luta, tendo como plataforma o nosso manifesto, e contribuir com o processo de mobilização.

Não queremos retrocessos, mas lutaremos para o país avançar. A partir de 2003, obtivemos avanços por meio da luta, em um período de crescimento econômico, com políticas sociais e distribuição de renda, porém dentro de um quadro de governo de composição de forças da burguesia e da classe trabalhadora, que tem dado sinais de esgotamento e mantém bloqueadas as reformas estruturais.

A juventude quer fazer política. Queremos casar a energia dos jovens nas ruas com o histórico de organização da classe trabalhadora. O momento é de enfrentar os inimigos do povo brasileiro, fazer pressão sobre os governos e aprofundar as mudanças.

Não queremos medidas paliativas. Precisamos de um novo modelo econômico que rompa com a herança neoliberal, assegure os direitos dos trabalhadores, retome as empresas públicas privatizadas e imponha limites para o capital financeiro.

Não bastam os discursos dos governantes. É necessário ações concretas que apontem no sentido das reformas estruturais e politizem a sociedade brasileira, tendo como motor as demandas da juventude e as lutas sociais.

Não aceitamos o discurso da “governabilidade”. O Congresso Nacional tem uma ampla maioria conservadora que, no contexto de um governo de coalizão, impede as reformas estruturais. O melhor exemplo é o recuo imposto à presidenta Dilma Rousseff depois do lançamento da proposta de realização de um plebiscito para a realização de uma Assembleia Constituinte Exclusiva para a Reforma Política, mesmo sob o calor dos protestos nas ruas.

É necessário arrebentar as amarras que impedem as transformações sociais. Os governos precisam dar um sinal claro à juventude, aos sindicatos e aos movimentos sociais de que governarão com a sociedade mobilizada em luta para fazer as mudanças.

Estamos em luta por uma Reforma Política para viabilizar as grandes mudanças e enfrentar o problema da corrupção, que tem raiz na relação do Poder Público com o capital privado, cristalizada no financiamento privado de campanhas eleitorais. Precisamos democratizar o sistema político, garantindo a participação permanente da sociedade nas grandes decisões e ampliando a presença dos jovens, trabalhadores, camponeses, estudantes, negros, mulheres e homossexuais.

Estamos em luta pela democratização dos meios de comunicação, que criminalizam os protestos e legitimam a violência policial. Lutamos por mais investimentos na educação pública, com a garantia de 10% do PIB. Lutamos pela vida da juventude que é cotidianamente alvo da violência, especialmente nas periferias das grandes cidades, defendendo a desmilitarização da PM e uma profunda reforma no sistema de segurança pública.

Ficaremos mobilizados durante todo o mês de agosto em diversas atividades. Concentraremos esforços em uma nova jornada de lutas para defender a nossa plataforma entre 28 de agosto a 7 de setembro. Faremos uma manifestação em defesa do investimento em educação pública no dia 28 de agosto. Vamos fazer protestos na frente das sedes da Rede Globo em todo o país em defesa da democratização dos meios de comunicação na última semana de agosto. Fortaleceremos a mobilização do Gritos dos Excluídos, organizado pelas pastorais e por movimentos populares, na semana do 7 de setembro. Vamos à luta, juventude, fazer as reformas estruturais para transformar o Brasil!

São Paulo, 3 de agosto de 2013

JORNADA DA JUVENTUDE BRASILEIRA

APEOESP;

Central dos Movimentos Populares (CMP);

Confederação Nacional dos Trabalhadores em Eduacção (CNTE);

Coletivo Nacional de Juventude Negra – Enegrecer;

Coletivo Quilombo;

Coletivo Paratodos;

Coletivo Sinal Livre;

Construindo um Novo Brasil/PT;

Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil;

CUT SP;

Democracia Socialista/PT;

Entidade Nacional dos Estudantes de Biologia (ENEBIO);

Esquerda Popular Socialista/PT;

Fora do Eixo;

Juventude da CUT;

Juventude Socialismo e Liberdade (JSOL);

Juventude do PT (JPT);

Juventude Revolução;

Levante Popular da Juventude;

Marcha Mundial das Mulheres (MMM);

Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB);

Movimento Camponês Popular (MCP);

Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA);

Movimento Sem Terra (MST)

Pastoral da Juventude (PJ);

Pastoral da Juventude Estudantil (PJE);

Pastoral da Juventude Rural (PJR);

Rede Ecumênica da Juventude (Reju);

Sindicato dos Bancários de SP;

União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES);

União Estadual dos Estudantes do RJ (UEE RJ);

União Estadual dos Estudantes de SP (UEE SP);

União da Juventude Socialista (UJS);

União Nacional dos Estudantes (UNE);

União Paranaense dos Estudantes (UEP).