Sem Terra ocupam quatro Itesp e trancam duas rodovias no interior de SP


Por Luiz Felipe Albuquerque
Da Página do MST


Por Luiz Felipe Albuquerque
Da Página do MST

Cerca de 500 famílias do MST ocuparam quatro Institutos de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) e trancaram duas rodovias na região do Pontal do Paranapanema (SP), na manhã desta terça-feira (27).

Os Sem Terra ocuparam os Itesp dos municípios de Euclides da Cunha, Teodoro Sampaio, Mirante do Paranapanema e Presidente Venceslau. A rodovia Arlindo Bétio, em Euclidas da Cunha, e outro ponto em Teodoro Sampaio, próximo a Usina Taquaruçu, foram interditadas.

Segundo Valmir Ulisses Sebastião, da direção estadual do MST, as famílias lutam por mais apoio ao programa Fomento Mulher, por crédito a moradia e por maior agilidade ao convênio firmado no final de 2011 entre o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Itesp.

“Estamos tentando acessar ao fomento mulher, mas eles estão nos enrolando. Uma hora falam que faltam documentos, outra diz que o problema é o projeto, depois que não tem dinheiro, e nunca liberam os créditos”, disse Valmir.   

Em relação ao crédito para as reformas das casas, o dirigente diz que o Itesp já havia liberado o crédito a dois assentamentos. Porém, o órgão retirou o dinheiro sem dar justificativa.

“As famílias já tinham comprado materiais de construção para reformar suas casas. Agora, as lojas estão cobrando essas famílias, mas elas não têm dinheiro para pagar e, com isso, estão todas endividadas”, destacou Valmir, reafirmando que não existiu nenhuma explicação do por que o dinheiro foi retirado.

Incra/Itesp

No final de 2011, o órgão estadual e federal assinaram um protocolo para desenvolverem trabalhos em parceria. No entanto, os Sem Terra reclamam da falta de agilidade de ambos em resolverem as questões de suas alçadas.

Como exemplo, Valmir destaca três áreas na região que já passaram por todos os processos judiciais e que faltaria apenas o pagamento das benfeitorias das fazendas.

“Já estamos há mais de seis anos sem nenhuma conquista. Essas áreas são as únicas expectativas que temos. Elas teriam capacidades de praticamente assentarem todas as famílias acampadas do Pontal do Paranapanema”, observou Valmir.

O dirigente se refere a Fazenda Nossa Senhora de Fátima, Fazenda Nazaré e Fazenda São Domingos. Somado as três áreas, chega-se a quase dez mil hectares de terras, o suficiente para assentar as 600 famílias acampadas da região.