Ato contra privatização das hidrelétricas e petróleo reúne 4 mil em SP


Por Luiz Felipe Albuquerque
Da Página do MST


 


Por Luiz Felipe Albuquerque
Da Página do MST

 

Cerca de 4000 pessoas do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), MST, da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e do Levante Popular da Juventude marcharam nesta quinta-feira (5/9) pela Avenida Paulista, em São Paulo.

Os manifestantes pediam pelo cancelamento dos leilões do petróleo – marcado para o mês de outubro -, contra a concessão das hidrelétricas e por uma política nacional de direitos às populações atingidas pelas barragens.

“Lutamos pela soberania energética sobre o petróleo e as hidrelétricas, pois são as grandes transnacionais quem controlam a energia em nosso país”, disse Gilberto
Cervinski.

Doze grandes hidrelétricas voltarão ao controle da União nos próximos anos, depois dos governos estaduais de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina não terem aceitado a renovação da concessão dessas empresas.

Essas hidrelétricas produzem 12% da energia no país. Com a privatização, esse potencial energético será repassado à iniciativa privada. “Não aceitaremos a privatização dessas hidrelétricas. Essa é uma luta de todo povo brasileiro”, observou Cervinski.    

O dirigente do MAB conta que cerca de 250 mil pessoas serão atingidas pelas usinas que serão construídas nos próximos anos, mas que nenhuma delas tem seus direitos garantidos, já que não existe uma política nacional para o setor.

Petróleo tem que ser nosso

Ao longo da marcha, os manifestantes pararam em frente ao prédio da Petrobrás como um ato simbólico para pressionar pelo fim dos leilões das áreas do pré-sal.

Para João Antônio de Moraes, da FUP, essa riqueza é um bem natural que pertence à sociedade e os recursos gerados com a sua exploração devem ser voltados plenamente aos brasileiros. Por isso, ele condena a entrega do petróleo às grandes empresas.

“Fala-se em leiloar reservas estimadas em trilhões de reais por R$ 15 bilhões. Estão entregando o futuro do povo brasileiro para as grandes transnacionais”, disse o sindicalista, que considera a privatização do petróleo brasileiro um crime.

Para Moraes, a Petrobrás tem condições de explorar as áreas do pré-sal, uma vez que é a maior empresa brasileira e a quarta maior empresa de energia do mundo.

“Enquanto o povo saiu às ruas pedindo por mais Estado (rememorando as mobilizações de junho), o leilão significa menos Estado, fragilizando a economia nacional, não alavancando o desenvolvimento do país e piorando as condições dos trabalhadores”, avalia.

Segundo dados da FUP, o valor concedido às empresas que pretendem explorar o petróleo equivaleria a 280 anos do orçamento da saúde, 800 anos do orçamento da educação e 260 milhões de moradias populares. 

No final do ato, os movimentos sociais e sindicatos entregaram uma carta destinada à presidenta Dilma Rousseff com reivindicações, no prédio da Secretaria Geral da Presidência da República.