Feira da Reforma Agrária realiza Seminário de Educação do Campo



Por Luiz Felipe Albuquerque
Da Página do MST

Por Luiz Felipe Albuquerque
Da Página do MST

Cerca de 150 professores e professoras da rede estadual e municipal de ensino da região do Pontal do Paranapanema participaram do Seminário da Educação do Campo, durante a 1ª Feira da Reforma Agrária no município de Euclides da Cunha, nesta sexta-feira (13/9).
 
O principal objetivo da atividade foi trazer essa temática a partir da visão dos movimentos sociais, dentro de toda construção da política de educação do campo acumulada por esses movimentos a partir das suas lutas.
“A ideia é construir uma socialização com os professores da rede de ensino de educação. O seminário cumpre o objetivo de construir um espaço de formação e de capacitação desses professores sobre esse tema”, disse Marisa Luz, do setor de educação do MST.
Segundo Marisa, a própria ideia de Educação do Campo foi algo protagonizado pelos movimentos sociais, fruto da experiência das lutas pela terra e pela Reforma Agrária, onde se pôde desenvolver, compreender e formular com maior profundidade uma concepção.
Para esses movimentos a educação é um direito, e para garantir o acesso a ela, é preciso que o componente da luta esteja presente a todo momento. Além disso, ela tem que ser construída pelos próprios sujeitos do campo e de acordo com sua realidade concreta.
“A Educação do Campo não pode ser desassociada da realidade dos assentamentos e acampamentos, de toda a situação que as famílias enfrentam”, reforçou a educadora.
O Campo e a educação
De acordo com a professora Fátima Furlanetti, da Unesp, os principais grupos populacionais não favorecidos pelo direito à educação estão no campo. A cada duas vagas nos anos iniciais do ensino fundamental existe uma para os anos finais dessa etapa. No caso do ensino médio o caso piora: a cada seis vagas nos anos iniciais há uma no final da etapa.
 
Grandes deslocamentos da casa à escola, estradas precárias, propostas político-pedagógicas que não correspondem com a realidade local. Esses são apenas alguns dos aspectos que desestimulam crianças e jovens a frequentarem a sala de aula, segundo a professora.
Para Fátima, diversos mitos foram desmistificados sobre o assunto. O que restou foi o fracasso do sistema escolar. “Do jeito que ele está, a maneira como a sala de aula é pensada, de que quem domina é o professor e o aluno continua sendo aquele que não sabe nada. Toda essa estrutura é que faz o fracasso escolar”, observa. 
Para ela, o desafio é compreender a aprendizagem significativa: “é começar daquilo que o aluno já conhece, daquilo que já sabe, do que está perto dele. Tem que se buscar conhecimento para compreender melhor a realidade. Conhecimentos populares e acadêmicos”, acredita.