Nova barragem em assentamento de Pernambuco ajudará a produção irrigada
Por Ramiro Olivier
Da Página do MST
O Assentamento Normandia, no município de Caruaru (PE), inaugurou na tarde desta segunda-feira (28) a barragem Cachoeira Onça, que ajudará a solucionar os problemas relacionados ao processo estendido de estiagem da região.
Para Edilson Barbosa, da direção estadual do MST, a barragem servirá, principalmente, à produção irrigada de ração animal, “com o intuito de aumentar o rebanho e potencializar a produção, fornecendo carnes saudáveis aos assentados e para toda a região”.
Também presente na inauguração, o presidente nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Carlos Mário Guedes de Guedes, ressaltou a importância de investir nas questões hídricas para o desenvolvimento dos assentamentos.
Para além do investimento federal, a parceria também se estende com o poder municipal e estadual para qualificar a produção de ração e carnes para Pernambuco.
A prefeitura de Caruaru financiará a preparação da terra, com o programa Terra Pronta, o governo estadual entrará com os Quites de Irrigação e os assentados com a produção.
Reforma Agrária
Os assentados também aproveitaram a presença do presidente nacional do Incra para cobrar maior agilidade na política de Reforma Agrária.
Francisco Terto, da coordenação nacional do MST, ressaltou que o discurso usado pelo governo de que a política principal é o desenvolvimento dos assentamentos é uma meia verdade.
Para ele, é necessário compreender que “o latifúndio é o principal problema agrário do Brasil, e que a desapropriação de terra não está desconectada do desenvolvimento dos assentamentos”, acredita.
Em 2011, governo federal desapropriou 58 imóveis para Reforma Agrária. No ano seguinte esse número caiu para 28 desapropriações, e em 2013 até o momento foram desapropriados 8 imóveis rurais numa meta de 100.
Mas segundo Francisco, a meta de 100 desapropriações de terra até o final do ano é um sonho distante para os trabalhadores.
Já Guedes afirmou que o Incra irá cumprir com a meta da presidenta, elaborando três frentes de trabalho. A primeira equipe com uma avaliação dos latifúndios; a segunda, com a cadeia dominial; e a terceira com a elaboração de projetos.