Estrada de ferro de Carajás: as desgraças do maior trem do mundo


Da Agência Pública


Inaugurada no crepúsculo da ditadura militar, a Estrada de Ferro Carajás, com seus 892 km, liga as minas da Serra dos Carajás (PA) aos portos de Itaqui e Ponta da Madeira, no Maranhão, onde o minério extraído pela Vale S/A é embarcado para exportação.


Da Agência Pública

Inaugurada no crepúsculo da ditadura militar, a Estrada de Ferro Carajás, com seus 892 km, liga as minas da Serra dos Carajás (PA) aos portos de Itaqui e Ponta da Madeira, no Maranhão, onde o minério extraído pela Vale S/A é embarcado para exportação.

Até 2016, a empresa pretende aumentar a produção de ferro na região de 110 milhões para 230 milhões de toneladas/ano e, para isso, precisa duplicar a ferrovia. Na pressa para concluir o projeto de US$ 19,4 bilhões, esbarra na resistência de movimentos sociais da região, que alertam para os possíveis impactos sociais e ambientais da obra.

No especial Amazônia Pública, nossa equipe percorreu 2,4 mil km de estradas entre o leste do Pará e o oeste do Maranhão para mostrar a polêmica em torno do novo projeto da Vale, que quer dobrar, até 2016, a produção de minério de ferro em Carajás.

Em disputa com os movimentos sociais da região por conta das obras de duplicação da Estrada de Ferro Carajás, a Vale ganhou recentemente, numa votação internacional promovida pela internet, o prêmio de “pior empresa do mundo”.

A reportagem mostra as histórias de vidas atropeladas pelos grandes projetos de desenvolvimento. Instalados na região com incentivo do governo militar, milhares de assentados foram abandonados.

Os que persistiram nas novas terras sofrem com o avanço desenfreado da mineração ou, em péssimas condições, vendem carvão para as usinas que produzem ferro-gusa – um negócio marcado pelo desrespeito ao meio ambiente e à legislação trabalhista. Acompanhe a série sobre Carajás direto no hotsite.