Camponeses comercializam frutos da Reforma Agrária em Porto Calvo

Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

Uma diversidade de produtos oriundos de assentamentos rurais do litoral norte de Alagoas preencheu a Praça da Prefeitura do município de Porto Calvo, localizado a 96 km de Maceió (AL).

Quem visitou a 1ª Feira da Reforma Agrária do Litoral Norte, entre os dias 10 e 11 de dezembro, pôde aproveitar diretamente das mãos dos produtores a macaxeira, o inhame, a banana, feijão, abacaxi, laranja, tudo produzido sem uso de agrotóxico.

Realizada pelo Comitê de Assentamentos do Litoral Norte e pelo Cento de Capacitação Zumbi dos Palmares – entidade de Assistência Técnica e Extensão Rural -, e com o apoio da prefeitura de Porto Calvo e Jacuípe, a feira contou com a participação de dezenas de agricultores e agricultoras de 11 assentamentos localizados em nove municípios da região.

Para Edilson Mendes, técnico em agropecuária do Centro Zumbi, a feira expões à sociedade o que está sendo produzido pelos camponeses da região.

“Estamos ocupando a praça com uma diversidade de produtos, tudo produzido sem uso de agrotóxicos. É importante que todo o município possa fortalecer cada vez mais as feiras com os produtos dos agricultores locais”, afirma.

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Nesse sentido, Edilson defende o incentivo das Feiras num caráter regional. “Na feira tradicional, observamos a comercialização de muitos produtos vindos de fora, muitas vezes até de outro estado. Com a compra das mercadorias produzidas pelos próprios assentados do entorno, além de fortalecer a agricultura camponesa, contribuímos com a economia local”.

Sendo uma das cidades pólo da região, Porto Calvo foi escolhida para receber a feira pelos próprios assentados e assentadas. A assistente social do Centro Zumbi, Kamila Martins, destacou a realização da atividade como um trabalho audacioso e intencional.

“Essa é mais uma ação do Comitê dos Assentamentos em conjunto com o Centro Zumbi que traz para o conjunto da sociedade uma ação para as áreas de Reforma Agrária da região. Além de fazermos as reivindicações pelos direitos básicos dos que vivem no campo, estamos aqui mostrando concretamente os frutos da luta dos camponeses e camponesas”, ressaltou.

Segundo Kamila, boa parte dos assentados já participa de feiras livres nos municípios, mas a realização de uma feira específica para os produtos da Reforma Agrária, “conseguimos mostrar para os agricultores que são possíveis comercializar os produtos sem a figura do atravessador, apenas a partir da organização e do trabalho coletivo”, acredita.

Fotos: Gustavo Marinho