Em ano ruim para a Reforma Agrária, agronegócio tem saldo de US$ 83 bi

 

Por Daniele Silveira
da Radioagência NP 

 

Plano Safra 2013/2014 da agricultura familiar representa pouco mais de 20% em relação ao que é destinado ao agronegócio. Soja foi campeã das exportações, ficando a frente da carne e do milho.

Em 2013, o agronegócio registrou superávit de US$ 82,91 bilhões. Os dados divulgados pelo Ministério da Agricultura na última terça-feira (13) confirmam a opção do Brasil por esse modelo de produção agrícola, que alcançou perto de US$ 100 bilhões em exportações.

 

Por Daniele Silveira
da Radioagência NP 

 

Plano Safra 2013/2014 da agricultura familiar representa pouco mais de 20% em relação ao que é destinado ao agronegócio. Soja foi campeã das exportações, ficando a frente da carne e do milho.

Em 2013, o agronegócio registrou superávit de US$ 82,91 bilhões. Os dados divulgados pelo Ministério da Agricultura na última terça-feira (13) confirmam a opção do Brasil por esse modelo de produção agrícola, que alcançou perto de US$ 100 bilhões em exportações.

O complexo soja (óleo, farelo e grão) atingiu os maiores índices (US$ 30,96 bilhões), ficando responsável por 31% das exportações. Em seguida aparecem as vendas externas de carnes (US$ 16,80 bilhões), com destaque para a carne bovina. O milho ficou na terceira posição, cujas vendas somaram US$ 6,25 bilhões.

Se por um lado, a rentabilidade do agronegócio foi um sucesso, não se pode dizer o mesmo da agricultura familiar. Em balanço do ano de 2013, o integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues, destacou que o Plano Safra 2013/2014 da agricultura familiar representa pouco mais de 20% em relação ao que é destinado ao agronegócio.

Rodrigues ainda ressaltou que “as grandes exportações de commodities promovidas por esse setor permitem ao governo a manutenção da política de geração sistemática de superávit primário, garantindo o destino de recursos orçamentários para o setor financeiro, como o pagamento de juros e serviços da dívida pública”.

Na mesma linha, o coordenador da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, Cléber Folgado, avalia que 2013 foi um ano de prosperidade para tudo que está ligado à cadeia produtiva do agronegócio.

“Dois mil e treze foi um ano que a gente podia dizer que para os transgênicos e os agrotóxicos e para aqueles que defendem esse modelo, o agronegócio, as transnacionais, foi um ano bastante vitorioso. Na pauta dos transgênicos nós tivemos alguns projetos que estavam para ser votados na CTNBio e foram adiados. A gente conseguiu alguns adiamentos nesse período. Por outro lado, a gente viu aumentar as áreas plantadas com transgênico.”