MST dá adeus ao companheiro, amigo e mestre D. Tomás Balduíno

 

Da Página do MST

Confira a nota da Direção Nacional do MST em homenagem a D. Tomás Balduíno, falecido na sexta-feira (02/05). D. Tomás dedicou sua vida na defesa dos povos indígenas, negros e dos camponeses e auxiliou na construção de várias organizações de trabalhadores, aproximando a igreja dos movimentos sociais e do povo:

Sobre nosso mestre e  pastor D. Tomás Balduíno

 

Da Página do MST

Confira a nota da Direção Nacional do MST em homenagem a D. Tomás Balduíno, falecido na sexta-feira (02/05). D. Tomás dedicou sua vida na defesa dos povos indígenas, negros e dos camponeses e auxiliou na construção de várias organizações de trabalhadores, aproximando a igreja dos movimentos sociais e do povo:

Sobre nosso mestre e  pastor D. Tomás Balduíno

Com pesar e muita tristeza recebemos a notícia do falecimento do querido e aguerrido lutador Dom Tomás Balduíno, ocorrida na noite de sexta.

Dom Tomás foi uma daquelas pessoas que nos marcam pela simplicidade e generosidade, qualidades aliadas com as da coragem, coerência e determinação na luta por seus ideais e compromissos de vida.

Esteve sempre presente nas lutas dos povos indígenas, negros e dos camponeses. A jovialidade o o sorriso que mantinha permanentemente iluminando sua face apenas refletia a grandeza do seu caráter e a corajosa militância pastoral e política que exercia numa das regiões mais violentas do país atacada, primeiro, pelo latifúndio e, depois, pelo agronegócio.

Na luta pela Reforma Agrária, foi um dos mais ardorosos defensores. Não hesitou em estar sempre do lado do povo, enfrentando tanto os governos do regime militar quanto todos os outros que os sucederam. Foi um dos mais fortes pilares na construção de uma pastoral social que aproximou a Igreja Católica de todas as etnias, raças e gêneros, vítimas da irracionalidade do capitalismo e de uma sociedade elitista e preconceituosa.

Com uma clareza política ímpar, sabia que o povo deveria ser o protagonista de sua própria história. Por isso não mediu esforços para que a classe trabalhadora, os camponeses, povos indígenas e negros construíssem suas próprias organizações e, de forma autônoma, fizessem suas lutas.

Nós, do MST, somos eternamente gratos pela contribuição e efetiva participação que recebemos de D. Tomás na construção da nossa organização. Nunca nos faltou uma palavra sua de incentivo e orientação. E, sempre que julgou necessário, não hesitou em, fraternalmente, nos apresentar suas críticas e divergências, sempre com a grandeza dos que sabem ouvir e repensar suas opiniões e posicionamentos políticos.

Ele, Paulo de nascimento, também  combateu o bom combate. E, certamente, por sua trajetória de vida e coerência política em defesa dos pobres, entrou no Panteão dos que o poeta Bertold Brecht considera que são imprescindíveis, porque lutam sempre!

Perdemos, ontem a noite, a convivência física de Dom Tomás. Ganhamos um legado que nos incentivará, a nós e as gerações posteriores, à luta e há um compromisso de vida com a construção de uma sociedade justa, solidária, democrática e igualitária, socialista!

VIVA DOM TOMÁS BALDUÍNO!

VIVA AS LUTAS DOS CAMPONESES, POVOS INDIGENAS E NEGROS.

Direção nacional do MST

São Paulo, 05 de maio de 2014