Após três dias de marcha, Sem Terra ocupam o Incra em Salvador

Por Wesley Lima
Da Página do MST

Fotos: 
Manuela Hernandez


Nesta quinta-feira (8), os 3 mil Trabalhadores Rurais Sem Terra de nove regiões do estado da Bahia ocuparam o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) após marcharem do município de Camaçari a Salvador.

Por Wesley Lima
Da Página do MST

Fotos: Manuela Hernandez


Nesta quinta-feira (8), os 3 mil Trabalhadores Rurais Sem Terra de nove regiões do estado da Bahia ocuparam o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) após marcharem do município de Camaçari a Salvador.

“Lutar, construir Reforma Agrária Popular” foi o grito de ordem que motivou todo o trajeto, que rememorou o massacre de Eldorado de Carajás exigindo justiça e o fim da impunidade e violência no campo.

Com objetivo de estabelecer um diálogo com a sociedade sobre a luta pela terra no estado, os trabalhadores estão denunciando os conflitos agrários e a paralisação das desapropriações de terra.

Reivindicam também a apuração do assassinato de Fábio Santos, militante do Movimento assassinado no dia 2 de abril de 2013, na cidade de Iguaí, e agilidade na Reforma Agrária. 

Para além destas questões centrais, é discutido junto ao Incra e a governadoria do estado alguns pontos dos anos anteriores, como o acesso a políticas públicas de convivência com seca, melhores infraestruturas para os assentados, reforma e construção de novas escolas no campo, já que nada andou.


Maior agilidade

Para Marcio Matos, da direção nacional do MST, “nós temos um objetivo claro com esta marcha: cobrar da presidente Dilma agilidade na Reforma Agrária neste país”.

“Os últimos anos da presidente foram os piores anos da história da Reforma Agrária. Nestes últimos dois períodos tivemos apenas 100 desapropriações de terra, isso deu para assentar pouco mais de sete mil famílias”, enfatiza.

Durante todo o percurso, o MST contou com a participação de diversos amigos e representações públicas a nível federal e estadual.

Solidarizando-se com a luta contra a violência no campo, Jacó do Centro de Assessoria do Assuruá (CAA) diz que “a justiça tem que ser feita para todos, não importa se é rico ou pobre. Nós não podemos aceitar que a impunidade reine em nosso país. Não podemos aceitar que centenas de trabalhadores rurais sejam brutalmente assassinados”.

De acordo com João dos Santos da região sul, esta luta alimenta sempre a vontade de permanecer reivindicando a terra e os sonhos de realmente produzir com qualidade e sobreviver no campo.

Até o momento, os trabalhadores permanecem mobilizados no Incra sem data prevista para desocupar o espaço.