MST lamenta falecimento do mestre da cultura popular Ariano Suassuna


Da Página do MST


O MST lamenta a perda do grande mestre da cultura brasileira Ariano Suassuna, que nos deixou nesta quarta-feira (23/7). Mestre da cultura popular erudita, crítico do americanismo, Ariano Suassuna marcou o século passado com suas peças teatrais, seus romances e suas aulas-espetáculos.

Nascido na Paraíba e criado em Pernambuco, transformou suas vivências culturais em sua arte, foi fundador, junto com Hermilo Borba Filho, do Teatro de Estudantes de Pernambuco e do Teatro Popular do Nordeste.

Da Página do MST


O MST lamenta a perda do grande mestre da cultura brasileira Ariano Suassuna, que nos deixou nesta quarta-feira (23/7). Mestre da cultura popular erudita, crítico do americanismo, Ariano Suassuna marcou o século passado com suas peças teatrais, seus romances e suas aulas-espetáculos.

Nascido na Paraíba e criado em Pernambuco, transformou suas vivências culturais em sua arte, foi fundador, junto com Hermilo Borba Filho, do Teatro de Estudantes de Pernambuco e do Teatro Popular do Nordeste.

Apesar da sua formação em direito, seu trabalho sempre esteve ligado à cultura popular. Na década de 1960, abandona de uma vez a advocacia para ser professor de Estética da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Na década de 1970, já com uma vasta produção teatral e romances, se soma a outros artistas como Gilvan Samico, Raimundo Carreiro e Francisco Brenannd, que constituem o Movimento Armorial, que tinha como pressuposto elevar a cultura popular ao grau de erudita.

Sua obra se apropria de insígnias, bandeiras, brasões e parte do mundo mágico escondido no tempo medieval com seus cavaleiros, princesas, forasteiros e heróis, mesclando com aquilo tudo que temos de mágico nos festejos populares do nordeste encantado, com o bumba-meu-boi e cavalos-marinhos.

Mestre Ariano foi um apoiador da luta pela Reforma Agrária e amigo do MST. Recebeu o coletivo de cultura do MST em sua casa, onde mostrou toda sua simplicidade e vitalidade ao sentar na calçada de sua casa e contar causos. Fez criticas à supremacia do modelo americano e propôs que a cultura popular fosse a mola propulsora de uma nova forma de pensar a cultura.
 
Ariano foi embora, mas ficam vivos João Grilo, Chico, o Padre, Fernando, Isaura e tantos outros personagens que continuam a percorrer o imaginário popular. O mestre Ariano foi essa figura mítica que teve suas obras transformadas em filmes para dar mais vida aos seus personagens especiais.

O MST aprendeu na trajetória de mais de 30 anos, com a contribuição de vários mestres, como Ariano, que a cultura popular é fundamental para fortalecer a identidade e as raízes de um povo.

Quanto mais forte a cultura de um povo, maior será a sua capacidade se de colocar em movimento para fazer as lutas pelas transformações sociais do nosso país.

Essa foi a principal contribuição de Ariano, e o MST reforça seu compromisso histórico  com a organização dos trabalhadores rurais, a resistência cultural dos camponeses e a luta contra o latifúndio.

Viva Ariano! Viva a cultura nacional! Viva o povo brasileiro!

DIREÇÃO NACIONAL DO MST