Junji Abe, o ruralista conciliador

Da Página do MST


O empresário rural Junji Abe (PSD/SP) busca se reeleger como deputado federal nestas eleições. Com um fortes vínculos com o setor ruralista, recentemente se tornou parte integrante da bancada ruralista, legislando em favor dos hortifrutigranjeiros.

Da Página do MST

O empresário rural Junji Abe (PSD/SP) busca se reeleger como deputado federal nestas eleições. Com um fortes vínculos com o setor ruralista, recentemente se tornou parte integrante da bancada ruralista, legislando em favor dos hortifrutigranjeiros.

Junji se define como um “ruralista moderado”, que tenta dialogar com setores no Congresso e na própria bancada para se chegar a um consenso que agrade a todos. Foi seu temperamento conciliador, por exemplo, que mostrou à “parte extrema” da bancada ruralista, quando da votação do novo Código Florestal, cujas mudanças no texto beneficiaram os grandes produtores.

O ruralista votou a favor das alterações no Código Florestal e contra a PEC do Trabalho Escravo. Em relação à questão indígena, a posição de Junji Abe não é nada moderada. Durante a ocupação do plenário da Câmara por indígenas, em abril de 2013, Abe afirmou que a ação tinha sido levada a cabo por brancos travestidos de índios. 

O deputado é o terceiro vice-presidente da comissão especial da PEC 215/2010, que transfere do Executivo para o Congresso a prerrogativa de demarcar áreas indígenas; ele até mesmo articulou uma conferência sobre o Projeto na Assembleia Legislativa de São Paulo.

“Precisamos acabar com inverdades e contos da carochinha empurrados sobre a questão indígena. O setor agrícola não é um feudo comandado por coronéis interessados em sacrificar indígenas. Mas sim, é o resultado do suor de gente tão brasileira como os índios”.

Para o deputado, os indígenas são utilizados por organizações estrangeiras para sabotar o agronegócio brasileiro. “É sabido e provado que muitas organizações empresariais de inúmeros países financiam entidades representativas dos indígenas para fomentar a animosidade com os produtores. Afinal, prejudicando o agronegócio brasileiro, tais corporações ficam livres do seu principal concorrente no mercado internacional.”

O ruralista se considera um grande amante da nação brasileira. Em artigo escrito na Copa do Mundo, afirmou que “Impossível ser brasileiro e não se emocionar ao ouvir o Hino Nacional cantado à capela pela torcida que lota os estádios a cada jogo da Seleção Canarinho nesta Copa do Mundo. Canto também, diante da tevê, e imagino como seria formidável se este valioso patriotismo impregnasse as entranhas do povo no cotidiano.”

Esse “valioso patriotismo”, no entanto, não o impediu de ser acusado por improbidade administrativa pelo Ministério Público, quando foi prefeito de Mogi. Junji Abe, segundo a denúncia do MP, teria pedido R$ 3 milhões para garantir o contrato de duas empresas de transportes por 30 anos, além de um pagamento mensal de R$ 35 mil de cada uma. 

Seu patrimônio declarado à Justiça Federal é de R$ 2.341.739,00, incluindo diversos lotes, imóveis e uma fazenda de 116 hectares em Birituba. Nas eleições de 2010, Recebeu R$ 552.093,33 para sua campanha. Entre os principais financiadores, está uma empresa de combustível, uma indústria de celulose, empresas de transporte e turismo, de pavimentação e construtoras.