Homens armados ocupam comunidade no Maranhão e atemorizam as famílias



Da CPT*
 


Desde quarta-feira (10), pistoleiros fortemente armados sitiam a comunidade Forquilha, às margens do rio Parnaíba, no município de Benedito Leite, fronteira entre o Maranhão e o Piaui, segundo denuncia a Comissão Pastoral da Terra (CPT). 


Os pistoleiros retiraram o gado que pertencia às famílias. Os moradores denunciaram o fato à polícia, que pediu a eles provas da existência de homens armados.

Da CPT* 

Desde quarta-feira (10), pistoleiros fortemente armados sitiam a comunidade Forquilha, às margens do rio Parnaíba, no município de Benedito Leite, fronteira entre o Maranhão e o Piaui, segundo denuncia a Comissão Pastoral da Terra (CPT). 

Os pistoleiros retiraram o gado que pertencia às famílias. Os moradores denunciaram o fato à polícia, que pediu a eles provas da existência de homens armados.

O conflito acontece porque o suposto proprietário da Fazenda Campo Belo, Renato Miranda Carvalho, teria arrematado em leilão judicial a área onde se localiza a comunidade tradicional de Forquilha, com a intenção de plantar eucalipto.

Além de manter pistoleiros na área, o latifundiário ingressou com ação de reintegração de posse contra as famílias que produzem e vivem no lugar há mais de 40 anos. Ao mesmo tempo tem pressionado de todas as formas para que os moradores abandonem o local.

Além de casas derrubadas e ameaças de expulsão, Maciel Bento dos Santos, uma das lideranças da comunidade, foi ameaçado de morte. 

Ameaças

Há tempos que essas ameaças contra os moradores vêm acontecendo. No dia 21 de agosto, quando os trabalhadores iriam participar de uma reunião na sede do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de Benedito Leite, eles foram impedidos de sair de suas casas porque homens armados rondavam o local em dois carros.

Por diversas vezes, a direção do STTR de Benedito Leite e os moradores estiveram no escritório da CHESF em Teresina para regularizar a área ocupada, mas nunca tiveram sucesso.

Segundo a CPT, a área pertence à União, que na década de 1960, desapropriou vários imóveis para a constituição do lago artificial da represa de Boa Esperança. 

Além disso, a área também se situa como terreno marginal, às margens do Rio Parnaíba, e que portanto, de acordo com a Constituição Federal, é de domínio da União, sem que haja possibilidade de qualquer possibilidade de algum particular adquiri-la.

*Com informações da CPT