Após 11 anos, assentados conquistam crédito para construírem suas casas

Por Marcos Lima
Da Página do MST


As famílias assentadas do Médio Sertão paraibano conquistaram, no mês de novembro, a construção de 131 unidades habitacionais no Assentamento Nova Vida I, no município de Aparecida.


O evento para a assinatura dos contratos aconteceu na sede do assentamento no último dia 5 de novembro, e contou com a presença de representantes da Caixa Econômica Federal, do governo do estado, da COOPTERA, entre outros.

Por Marcos Lima
Da Página do MST

As famílias assentadas do Médio Sertão paraibano conquistaram, no mês de novembro, a construção de 131 unidades habitacionais no Assentamento Nova Vida I, no município de Aparecida.

O evento para a assinatura dos contratos aconteceu na sede do assentamento no último dia 5 de novembro, e contou com a presença de representantes da Caixa Econômica Federal, do governo do estado, da COOPTERA, entre outros.

Segundo o dirigente nacional do MST, Rosivan Batista, esta é a primeira vez que acontece assinatura de contrato entre a Caixa e assentados. “Até o final do ano temos uma pauta para cumprir, e temos mais de dez assentamentos que precisam de habitações dignas”, frisou.

De acordo com o superintendente da CAIXA, Elam Nascimento, a assinatura dos contratos representa uma parte da missão da instituição, que é contribuir com a cidadania, melhorando cada vez mais as condições de vida das pessoas. 

“Eu quero dizer que somem a felicidade de cada um de vocês, que não vai superar a que nós representantes da CAIXA estamos sentindo neste momento”, disse.

11 anos de espera

Aos 36 amos de idade, Maria Célia é uma das assentadas que durante 11 anos esperava por esse momento: assinar o seu contrato para construção de sua casa própria. 

“Eu ainda estou sem acreditar, foram 11 anos de barraca. A primeira coisa que vou fazer quando entrar em minha casa será uma festa para Jesus”, contou a camponesa.  

Neste processo, a COOPTERA atuou como entidade organizadora, buscando as ferramentas necessárias para que os assentados tivessem suas moradias num curto espaço de tempo. 

“A cooperativa se desafiou neste processo, por ser uma primeira experiência, em que encontramos um caminho tortuoso. Passaram-se quase dois anos para que pudéssemos festejar as assinaturas dos contratos”, relatou presidente José Roberto.   

A luta por terra e moradia digna iniciou nas Várzeas de Sousa, no dia 24 de maio de 2004, quando em cerca de 800 famílias reivindicavam seus direitos de plantar e colher. 

Um desses camponeses era o agricultor Juarez Bezerra, de 59 anos, que lembra quando tudo começou. 

“Iniciamos pensando que conseguiríamos terra e casa de um dia para outro. Passaram-se 11 anos, mas nunca desistimos, e agora estou próximo de abrigar minha família”, contou.      

De acordo com os representantes da CAIXA, as obras serão iniciadas nos próximos dias. O Assentamento Nova Vida I foi criado há 11 anos e conta com 141 famílias, que recebem assessoria técnica da COOPTERA.