Movimentos enviam carta ao Papa pedindo a retirada das tropas do Haiti

Do Brasil de Fato


Cinco anos após o terremoto que devastou grande parte do país, o Haiti ainda vive uma situação delicada. Organizações sociais da América do Sul enviaram ao papa Francisco uma carta em que apresentam preocupações sobre a crise humanitária que o país ainda vive.

Do Brasil de Fato

Cinco anos após o terremoto que devastou grande parte do país, o Haiti ainda vive uma situação delicada. Organizações sociais da América do Sul enviaram ao papa Francisco uma carta em que apresentam preocupações sobre a crise humanitária que o país ainda vive.

O documento é assinado por lideranças como o Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Perez Esquivel, e a criadora das Mães da Praça de Maio, Nora Cortiñas, e aponta que a presença das tropas da Minustah é uma “ocupação real” e que sua retirada seria um passo essencial “para a construção de um Haiti pelo próprio povo haitiano”.

Além de maior soberania à população, a carta levanta algumas propostas feitas por dezenas de organizações sociais do Haiti, como o investimento na universalização do acesso a água potável às comunidades atingidas pela cólera; restituição por parte da França da “dívida da independência” e a reparação adequada para a implantação de um sistema público de ensino e de pesquisa para a valorização das potencialidades da população, entre outras.

Congresso pode ser dissolvido

Adiada por três anos consecutivos desde o terremoto, as eleições parlamentares do país podem não ocorrer novamente. Caso o presidente Michel Martelly não consiga entrar em um acordo com deputados e senadores de oposição, o Congresso pode ser dissolvido já que mais de um terço deles ficam sem mandato a partir dessa segunda-feira (12) e Martelly governará por decreto.

Na última quinta-feira (8), milhares de haitianos saíram às ruas para pedir a renúncia do presidente. “Estados Unidos: deixem o Haiti e levem Martelly embora” foram algumas placas levantadas pelos manifestantes.

Inicialmente marcada para 2011, as eleições foram sucessivamente adiadas por falta de acordo do presidente com senadores da oposição, que não estavam de acordo com a lei eleitoral. Um novo acordo entre os partidos foi tentado no último dia 5, mas também falhou. 

A comunidade internacional, representada pelo “Core Group” que reúne os embaixadores de Brasil, França, Canadá, Estados Unidos, Espanha e União Europeia, demonstraram a sua preocupação com a crise política no país e reforçaram em nota que apoiam “a criação de um governo de consenso e de um conselho eleitoral provisório para criar as condições necessárias para a realização de eleições ‘livres, justas, inclusivas e transparentes’”.