Estudantes realizam vivência em área do MST em Alagoas

Com os acampados, os estudantes construíram uma farmácia viva coletiva em pré-assentamento.

Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

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Durante a realização da Vivência e Estágio na Realidade do Sistema Único de Saúde, o VerSUS, em Alagoas, 40 estudantes da área da saúde de diversas faculdades de Alagoas e  de Sergipe puderam vivenciar um pouco da vida de trabalhadores e trabalhadoras rurais no pré-assentamento José Elenilson, organizado pelo MST no município de Junqueiro-AL (distante 113 Km de Maceió).

Nos dias de vivência, os estudantes além de conhecerem o dia-a-dia dos trabalhadores no campo, também participaram de rodas de conversa sobre a relação da Reforma Agrária Popular com a saúde, da história do MST ao longo dos seus 30 anos e do processo de luta para assentar as quase 80 famílias que vivem no pré-assentamento.

Para Rafaela Débora, estudante de Serviço Social a vivência com os agricultores foi um processo de descoberta. “Para mim foi tudo muito novo. Estou muito satisfeita em ter participado e poder ter outra visão do MST e poder ver o ser humano portador de seus direitos”, finalizou a estudante que destacou a valorização da terra, da cultura e do trabalho dos camponeses como o elemento que mais marcou os seus dias no pré-assentamento.

Com o objetivo de poder contribuir na formação dos futuros profissionais da área da saúde, durante os dias do VerSUS, os estudantes puderam vivenciar a realidade do Sistema Único de Saúde, estimulando militantes e trabalhadores do SUS. Arthur Granjeiro, estudante de nutrição e da coordenação do VerSUS, ressaltou que o projeto também tem a intencionalidade de aproximar os estudantes dos movimentos sociais. 

“Vindo para a área rural, conseguimos vivenciar o cotidiano das pessoas, perceber as variáveis que interferem na saúde delas, o acesso aos serviços de saúde, acesso à água, saneamento básico e de todos os determinantes da saúde. Isso é algo que a gente não encontra na sala de aula. Além de conseguir fazer a aproximação dos estudantes com os movimentos sociais e fazer a sensibilização com a luta pela terra e sua relação com a saúde”, destacou Arthur.

Juntamente com os acampados, os estudantes construíram uma farmácia viva coletiva onde diversas plantas medicinais foram plantadas para que os trabalhadores possam utilizar. Para Edna Silva, do Setor de Saúde e Gênero do MST, o cultivo das ervas medicinais e construção das farmácias vivas nas áreas de assentamento e acampamento são muito importantes na construção da Reforma Agrária Popular. 

“A partir dessas práticas fazemos o contraponto à logica da saúde do capital. Fazendo o resgate e valorizando os saberes populares e tendo uma visão ampla da saúde que não é só a ausência de doença, mas o próprio modo de vida do povo. A nossa luta é para que as nossas áreas sejam exemplos de saúde. Desde a produção sadia da nossa roça ao nosso dia-a-dia no campo”.