Em MS, Sem Terra e sindicatos se unem na luta pelos direitos da classe trabalhadora

Essa foi a primeira reunião de 2015. Em junho do ano passado, mais de 20 mil trabalhadores foram às ruas da capital Campo Grande.

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Por Karina Vilas Boas
Da Página do MST

Movimentos sociais e sindicais de Mato Grosso do Sul se reuniram, na manhã desta segunda-feira (23), na sede da Federação dos Trabalhadores em Educação do Mato Grosso do Sul (FETEMS), em Campo Grande, para debater um calendário unitário de ações conjuntas para 2015.

Na ocasião foi realizada uma ampla conversa sobre conjuntura nacional. A reunião também contou com a presença de lideranças políticas estaduais e federais.

De acordo com Marina Ricardo Nunes, da coordenação estadual do MST, a união do campo e da cidade é fundamental em momentos como este. “Nossa defesa sempre será pela democracia, não vamos jamais aceitar retrocessos nas pautas dos trabalhadores, mas nossa maneira de protestar não é criando um terceiro turno eleitoral”, disse a Sem Terra a respeito das cogitações de impeachment que vem sendo alimentada por setores da direita.

“Queremos enfrentar o debate de frente com nossas lideranças políticas, respeitando a escolha do povo e batalhando pelos nossos direitos como sempre fizemos, sem golpe algum, por isso esse momento de debate se torna tão importante, pois é organizativo e de união plena da nossa luta”, acrescentou.

Segundo o presidente da FETEMS, Roberto Magno Botareli Cesar, o momento foi extremamente positivo, pois foi de reencontro e fortalecimento das lutas da classe trabalhadora.

“Nosso propósito é o mesmo, lutar pelos direitos dos trabalhadores do campo e da cidade, numa ótica igualitária e social. Portanto, a união de tantos movimentos e lideranças políticas em um momento como o atual, onde a democracia brasileira está sendo ameaçada constantemente pelas organizações da oligarquia e da burguesia, se faz mais do que necessária”, disse.

Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso do Sul, Genilson Duarte, o momento de união é emergencial.

“Estamos assistindo a grande mídia manipulando a sociedade brasileira constantemente contra o que lutamos anos para construir, que é a nossa democracia, a vontade de escolha do povo brasileiro e no mesmo sentido vemos uma parcela da sociedade gritar pela volta da ditadura. Um absurdo sem tamanho, que vai à contra mão de toda a nossa caminhada”, colocou.

Segundo Genilson, os movimentos sociais e sindicais de MS estão “unidos para debater uma pauta da classe trabalhadora, que venha ao encontro com os nossos ideais e que não permita retrocessos em nossas conquistas históricas”, afirma.

Essa foi a primeira reunião de 2015 dos movimentos sociais e sindicais que compõe um Fórum de Debate Unitário em MS, que já levou mais de 20 mil trabalhadores, em junho passado, às ruas da capital Campo Grande.

Esse ano também já está sendo debatida uma grande mobilização em defesa não só dos direitos, mas como da democracia brasileira. Na ocasião, os movimentos também se uniram em torno de uma grande causa e criaram o grupo “Amigos do MST/MS” com o intuito de colaborar mais com a luta do Movimento no estado.