Centenas de camponesas ocupam o Engenho da Usina Giasa e sede do Incra, na Paraíba

O Engenho, atualmente com registro sobre o nome BioSev, pertence a um Grupo Francês cujo um dos donos é o ex-jogador de futebol francês, Zidane.

2015mulheresPB.jpg

Da Página do MST

Cerca de 450 mulheres do MST ocuparam na manhã desta segunda-feira (9) o Engenho da Usina Giasa, no município de Pedra de Fogo, na Paraíba. No período da tarde, enquanto os homens ajudavam a montar o acampamento no local, as Sem Terra se juntaram com mulheres de outras organizações e ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em João Pessoa. Ao todo, mais de 650 camponesas participam da ação.

O Engenho, atualmente com registro sobre o nome BioSev, pertence a um Grupo Francês cujo um dos donos é o ex-jogador de futebol francês, Zinédine Zidane.

Há 32 anos que o Engenho da Usina Giasa trabalha com a monocultura da cana de açúcar. A área ocupada corresponde a 200 hectares, mas o Grupo Francês controla mais de 32 mil hectares.

As camponesas denunciam que a monocultura de cana causa sérios impactos ao meio ambiente, além de não produzir alimentos diversificados, apenas commoditie para exportação. A usina é uma das líderes mundiais no setor sucroalcooleiro.

No lugar da cana, as mulheres Sem Terra estão plantando feijão e maniva de macaxeira, que segundo elas representaria uma alimentação saudável para a população.

A ação faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Camponesas, e pretende denunciar os males do agronegócio, dos transgênicos e de todas as formas de violência contra as mulheres.

Paralelamente, as camponesas trazem o debate da importância da democratização da terra, dos bens naturais, da produção diversificada de alimentos saudáveis e a construção de territórios livres do agronegócio, de agrotóxicos e dos transgênicos.

O objetivo da jornada é discutir os impactos desse modelo de desenvolvimento na vida das mulheres camponesas, e mostrar que é possível um projeto de agricultura baseado na agroecologia, com defesa da soberania alimentar e com base na Reforma Agrária.