Em Alagoas, obras do Canal do Sertão são paralisadas pelos trabalhadores rurais

Os camponeses exigem que a água do canal chegue aos trabalhadores Sem Terra e pequenos agricultores e não para os latifundiários.

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Por Gustavo Marinho
Da Página do MST
 

Cerca de mil trabalhadores rurais Sem Terra do Alto Sertão de Alagoas ocupara na tarde desta terça-feira (10) parte do canteiro de obras do Canal do Sertão, nas proximidades do município de Inhapi.

Os camponeses exigem que a água do canal chegue aos trabalhadores Sem Terra e pequenos agricultores para a irrigação de suas áreas e para toda a população das cidades para o consumo, garantindo que a água do Canal não sirva aos interesses dos latifundiários e de empresas privadas.

Segundo José Roberto, da direção nacional do MST, há anos os governos federal e estadual propagandeiam que a água do Canal seria destinada aos trabalhadores, mas até hoje o que foi falado não se concretizou . “Ocupamos mais uma vez para garantir que a água chegue nos assentamentos. Enquanto nossa demanda real não for atendida, seguiremos mobilizados”, afirmou.

“Reafirmamos nossa cobrança para não acontecer o que já presenciamos no ano de 2005, onde R$ 54 milhões foram destinados à irrigação para os pequenos produtores e assentamentos rurais, mas essa verba foi desviada pela empresa Gualtama, junto com um grupo de políticos envolvidos. Com isso os trabalhadores continuam sem irrigação”, denunciou José Roberto.

Com as ferramentas de trabalho em mãos e palavras de ordem denunciando o descaso dos governos com os trabalhadores e trabalhadoras, os manifestantes dizem que não tem previsão de saída para desocupação do canteiro de obras.

Ainda segundo o dirigente, a abertura do Canal do Sertão é uma perspectiva de irrigação para os sertanejos. “É por isso que queremos que as terras irrigáveis sirvam aos pequenos agricultores e aos Sem Terra, assim como a irrigação dos assentamentos já existentes da região”, disse.

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