“Engraxem as botas e as chuteiras, que o jogo só está começando”, afirma Sem Terra

Mais de 6 mil pessoas se mobilizam em defesa da soberania nacional e Reforma Política, em Porto Alegre.

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Da Página do MST

Mais de 6 mil trabalhadores e trabalhadoras de vários movimentos sociais e sindicais, partidos e entidades de esquerda do campo e da cidade, participaram de um ato histórico, em defesa do Plebiscito Constituinte da Reforma Política, da Petrobras e da democracia, nesta quinta-feira (12), em frente ao Palácio Piratini, na Praça da Matriz, centro de Porto Alegre (RS).

Durante o ato, o coordenador nacional da Via Campesina, João Pedro Stedile, defendeu a necessidade da Petrobras continuar sendo uma empresa do povo brasileiro, a serviço da soberania e do desenvolvimento nacional, e não das multinacionais norteamericanas.

 

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Ele também cobrou a convocação imediata de um Plebiscito Constituinte para a Reforma Política, que devolva ao povo o direito de escolher seus representantes sem a ingerência do poder econômico.

“O Congresso tem que aprovar o projeto da coalizão democrática que prevê o fortalecimento dos partidos, o voto em lista, à proibição dos financiamentos privados de campanha e o direito do povo de autoconvocar plebiscito. E aprovar a convocação de um plebiscito para uma Assembleia Constituinte no país”, defendeu Stedile.

O secretario nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Quintino Severo, também defende a urgência de uma Reforma Política democrática, para acabar com o financiamento privado de campanha, que torna os governos subalternos aos interesses do capitalismo.

 

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“O único caminho para a democracia e o fim da corrupção é uma reforma política. Para isso temos que continuar fazendo o debate com a população e pressionando o Congresso Nacional. Somente com o povo na rua vamos continuar o projeto de melhoria de vida da classe trabalhadora, que estamos construindo há mais de 30 anos”, afirmou Severo.

Segundo Stedile, a democracia no Brasil foi sequestrada pelo capital financeiro, que financia políticos para defender seus interesses no Congresso. Os balanços financeiros divulgados pelos partidos nas ultimas eleições demonstram que dez empresas brasileiras elegeram 70% do Congresso Nacional.

Por isso, “hoje não temos mais parlamentares do PT, do PC do B, do PDT, do PMDB. Hoje nós temos a bancada ruralista, a bancada da Gerdau, a bancada da Vale, a bancada da Bala, a bancada dos filhos da puta, menos a bancada da classe trabalhadora” criticou o Sem Terra.

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Segundo dados do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), hoje o país possui o Congresso mais conservador desde 1964, período da ditadura militar.

Stedile cobrou ainda a promessa que a presidente Dilma fez aos camponeses e camponesas do MST, em assentar todas as famílias acampadas no país, mas que até o momento não foi cumprida.

E convocou os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros a continuar ocupando as ruas e praças, para exigir a continuidade da democracia e melhoria nas condições de vida da população.

“Engraxem as botas e as chuteiras, que o jogo só está começando. Quem não tiver barraca compre uma. Compre um tênis. Estamos aqui no vestiário, só nos preparando”, apontou.

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