Assentamento Califórnia, 19 anos de lutas

A reflexão desses 19 anos passa pela madrugada do dia 26 de março de 1996, o dia da primeira entrada de trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra na Fazenda Califórnia.

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Por Zé Luís Costa
Da Página do MST

A partir das 4 horas da manhã já começaram a chegar as primeiras pessoas na Escola Municipal Antônio de Assis, no Maranhão, para participarem das comemorações dos 19 anos de lutas do Assentamento Califórnia.

É um momento em que se observa uma satisfação no rosto daqueles que vão chegando, sejam crianças, adolescentes ou adultos. O dia 26 de março é feriado no assentamento. Um feriado para a reflexão.

A reflexão desses 19 anos passa exatamente pela madrugada do dia 26 de março de 1996, o dia da primeira entrada de trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra, ligados ao MST, na Fazenda Califórnia, uma fazenda de extração ilegal de madeira.

Durante os quinze dias que antecede ao dia 26 de março, a escola se organizou para que se construísse um processo de rememoração dessa data.

Nos dias que antecede ao dia de celebração, os alunos da escola são incentivados a pesquisarem histórias da ocupação da fazenda. Vão atrás de informações com os mais velhos, com quem já pesquisou, em busca de fotos antigas, de cânticos do MST, e organizam murais e seminários

Há cinco anos que o ato de celebração é organizado pela escola, que leva o nome de um companheiro, Antônio de Assis, que a história não permitiu que participasse do resultado da luta, ao se acidentar com a própria arma numa das noites que fazia segurança do acampamento.

A celebração se inicia com os primeiros fogos de artifício com a chama “alvorada”, em que os foguetes são distribuídos estrategicamente para algumas casas.

O trajeto da pequena marcha passa por todas as ruas do assentamento, e toda a comunidade vai se inserindo nas duas colunas. A saída é na rua Margarida Alves, que é a rua da escola, o local de concentração. 

Na entrada do assentamento se realiza uma mística e o café da manhã comunitário feito com produtos do assentamento, com frutas e legumes usados normalmente no preparo de desejuns. As pessoas levam também seus bolos e doces para o ato.