MST lamenta a morte de Manoel José dos Santos

O líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa de Pernambuco, morreu neste domingo (19), vítima de câncer.

 

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Da Página do MST

É com grande pesar que comunicamos e sentimos o falecimento do deputado estadual, líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa de Pernambuco, Manoel José dos Santos.

Manoel de Serra, como era conhecido, morreu neste domingo (19), vítima de câncer aos 63 anos: era casado e pai de quatro filhos. 

Manoel, antes de tudo, foi um batalhador na luta pela Reforma Agrária e pelos direitos dos trabalhadores rurais.

Ele vinha se tratando de um câncer de esôfago há alguns anos. Fazia tratamento especializado no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo.

Em 2012, chegou a fazer um autotransplante de medula.  “Só quem esteve em um estado doentio como o meu entende a importância do apoio dos parentes, amigos e colegas de trabalho”, disse na volta a Alepe. Infelizmente, a doença evoluiu  e em 2014 se tornou mais agressiva.

Natural de Serra Talhada, Manoel se notabilizou pela defesa dos trabalhadores, credenciado para disputar mandatos em Pernambuco, foi votado em praticamente todos os municípios do estado.

Agricultor familiar, casado, pai  e avô, começou sua luta pelo campo em 1972, quando ingressou na Ação Católica Rural e no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Serra Talhada.

Manoel Santos participou do processo de construção da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em Pernambuco, sendo o primeiro secretário rural dessa instituição, em 1983.

Desse período, remonta sua relação com o presidente Lula, pela construção do Partido dos Trabalhadores (PT) no estado.

Em 1990, assumiu a Secretaria Geral da Federação dos Trabalhadores Rurais de Pernambuco (Fetape), sendo eleito presidente em 1993.

Durante todo esse período, participou das lutas dos assalariados rurais da Zona da Mata e do Sertão do São Francisco, pela sindicalização das mulheres, além de ter contribuído com a construção das reivindicações por políticas de convivência com o semiárido, que teve como momento forte a ocupação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em 1993.

Em 1998, foi eleito presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), participando ativamente da elaboração do Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PADRSS) e da formulação de políticas públicas e sociais, como Previdência Rural; Salário Maternidade; Pronaf; Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE); Organização do Cooperativismo Solidário; Garantia Safra; Programa Minha Primeira Terra, para a juventude; e da elaboração de leis específicas para a Educação do Campo; e também defendeu a necessidade de construir representações dos trabalhadores/as rurais nos espaços político-partidários, nos níveis estadual, municipal e federal.

Manoel Santos contribuiu ativamente na elaboração do Plano de Governo do Presidente Lula, em 2002, e na elaboração e implantação das principais politicas públicas para o desenvolvimento rural sustentável, nos governos Lula e Dilma.

Foi o primeiro agricultor familiar, eleito na história da Assembleia Legislativa de Pernambuco. Candidato, pelo Partido dos Trabalhadores (PT), em 2010, recebeu 42.347 votos, em 184 municípios de Pernambuco. Nas eleições de 2014, conquistou 55.310 votos.

Na luta pela Terra Manuel sempre esteve presente nos grandes embate do MST em Pernambuco, apoiando a luta pela terra 

 

*A família não divulgou informações sobre o sepultamento.