Sem Terra debatem os desafios da educação do campo na Bahia

O encontro reuniu cerca de cem educadores que trabalham com educação infantil, de jovens e adultos.

 

19468883785_a9d9c873f1_b.jpg

Por Wesley Lima
Da Página do MST

Entre os dias 1 e 3 de julho, cerca de 100 pessoas participaram do 12° Encontro de Estudo e Capacitação Política em Torno da Reforma Agrária Popular e Educação do Campo. 

O encontro aconteceu no Assentamento Luiz Nunes, no município de Casa Nova, Bahia, e reuniu educadores que trabalham com educação infantil, de jovens e adultos.

Com uma programação repleta de atividades místicas, culturais e formativas, os participantes realizaram uma reflexão política do modelo de educação brasileiro, com ênfase na questão agrária e na luta popular pela democratização da terra. 

Além disso, debateram a trajetória da educação do campo na Bahia, e as diretrizes de preparação para o Encontro Nacional de Educadores e Educadoras da Reforma Agrária (ENERA), que acontecerá entre os dias 21 a 25 de setembro, em Brasília.

 

violão.jpg

Durante os três dias, oficinas trabalharam com a construção identitária dos participantes e os desafios diante da ofensiva do capital. 

A coordenação do evento acredita que os educadores ocupam um espaço estratégico na formação política de sujeitos críticos e no fortalecimento da luta pela terra.

“Debater estes elementos são fundamentais para perceber o papel político que nossos educadores possuem na construção da identidade revolucionária e social dos estudantes”, enfatiza a coordenação.

Principais Desafios

Para Edileuza Alves, da Rede de Educação do Semi Árido Brasileiro (RESAB), alguns desafios são fundamentais para que os educadores possam pensar na construção de um modelo de educação popular, capaz de se contrapor a lógica tecnicista do capital.

“Um dos desafios que temos é conseguir dissociar a proposta de formação que está na analogia do capital e a proposta de formação que está na perspectiva do projeto de sociedade que a gente defende. Precisamos encarar e identificar quais são as armadilhas que estão nas formações propostas pelos setores públicos neste processo de adesão, e construir nossa autonomia intelectual”, explicou Edileuza.

“Precisamos saber como pegar um plano, que está na lógica do capital, e transferir ele para a proposta popular que temos. Outro desafio é lutar pelas políticas públicas que a gente conquistou articulando junto com o MST para mantê-las com a configuração originária”, conclui.

 

mulher_bahia.jpg

Ciranda Infantil

Os filhos dos participantes do encontro puderam se divertir na ciranda infantil, que foi garantida pela coordenação do encontro. 

No espaço foram realizadas atividades lúdicas e recreativas, que despertaram nos pequenos os elementos da identidade Sem Terra. 

As pinturas e as rodas de canções abordaram a temática da educação no campo e o protagonismo dos Sem Terrinha na luta contra o fechamento das escolas.