Com alimentos saudáveis, Sem Terra ocupam as ruas da Bahia

A atividade é parte da campanha permanente “Extremo Sul pela vida: agrotóxico zero!”.

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Do Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

 

Entre os dias 10 e 11/7, Trabalhadores Sem Terra realizaram a 1° Feira de Agroecologia com produtos da Reforma Agrária no município de Medeiros Neto, no extremo sul da Bahia. 

A atividade é parte da campanha permanente “Extremo Sul pela vida: agrotóxico zero!”, que cumpre o papel de reafirmar a luta contra o modelo do agronegócio e a domínio das transnacionais sobre o território brasileiro.

Desta vez, 130 famílias da Brigada Nelson Mandela ofereceram a população da região uma gama de alimentos produzidos de forma agroecológica e com preços acessíveis. 

Além dos alimentos, uma exposição de artesanatos e atividades com danças de músicas também aconteceu no local. 

De acordo com o trabalhador Edilson dos Santos, da coordenação da brigada, a aceitação da população foi massiva e surpreendeu os organizadores. 

“Apesar da grande quantidade e diversidade de alimentos que trouxemos para feira, os produtos acabaram rapidamente devido a enorme procura por parte da população”, afirmou Edilson.

 

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Artesanatos que viraram fontes de rendas para os moradores da região 

 

O município de Medeiros Neto, assim como as cidades circunvizinhas, possui uma economia pautada pelos grandes latifúndios que adotaram o monocultivo da agropecuária, da cana de açúcar para etanol e o eucalipto. 

Em toda região os maiores empregadores são as prefeituras municipais que não desenvolvem políticas para atender de maneira eficiente a população.

José Mota, da direção estadual do MST, acredita que a feira teve um significado especial, por ter sido a primeira feira agroecológica com produtos da Reforma Agrária no município.

“Historicamente reinou o preconceito e a discriminação por uma pequena parcela da população que não acreditava na luta pela Reforma Agrária”, explica Mota.

Já Isaura Santos, da coordenação da brigada, explica que na região existiam várias famílias desempregadas e sem perspectiva de vida, retrato que mudou após a organicidade do Movimento e a produção de alimentos.

“Hoje os trabalhadores estão produzindo alimentos saudáveis, vivendo com dignidade, tendo acesso à educação, cultura e enfrentando o agronegócio da agropecuária, da cana e do eucalipto”, concluí.

Com o compromisso de produzir e comercializar alimentos saudáveis e de qualidade, os Sem Terra reafirmam a luta pela Reforma Agrária e defenderam que é possível garantir qualidade de vida para toda a população.

Em continuidade a campanha por uma alimentação saudável e sem agrotóxicos, os produtores doaram cerca de 350 quilos de alimentos para o Lar dos Anciãos, instituição que atende idosos da região.