Em semana de lutas, Sem Terras denunciam os entraves educacionais na BA

Os trabalhadores denunciaram os entraves institucionais e burocráticos que afetam diretamente a qualidade da educação do campo.

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Do Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

 

Nessa última segunda-feira (3), cerca de 200 Sem Terra ocuparam o Núcleo de Educação Regional 09, antiga Diretoria Regional de Educação (DIREC 09), de Teixeira de Freitas, no extremo-sul da Bahia. 

Os trabalhadores denunciaram os entraves institucionais e burocráticos que afetam diretamente a qualidade da educação do campo.

Participaram da luta, pais, educandos e educadores das escolas de Assentamentos e Acampamentos localizados nos municípios de Itamaraju, Prado, Alcobaça, Mucuri e Teixeira de Freitas, que atendem mais de 500 estudantes, filhos e filhas dos trabalhadores.

Pautando ao nível de estado as demandas políticas e operativas da educação do campo na Bahia, o coletivo de educação estadual do MST encontra-se em reunião na Secretaria de Educação do Estado, em Salvador, exigindo o atendimento na integra da pauta de reivindicação das famílias. 

Para Eliane Oliveira, do coletivo estadual de educação, existe um grande descaso por parte do congresso brasileiro e das instituições públicas para com as famílias do campo, fato desconhecido em sua totalidade pela maioria da sociedade. 

“Como forma de denúncia e dialogo com a sociedade, o MST a nível nacional realiza mais uma Jornada de Lutas contra o corte de quase 50% do orçamento destinado à Reforma Agrária. Isso afeta diretamente a qualidade da educação nas áreas de assentamentos e acampamentos”, conclui.

 

Também na manhã de segunda, cerca de 1.800 trabalhadores Sem Terra ocuparam três sedes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nos municípios de Itaberaba, Entre Rios e Ribeira do Pombal, localizados no interior da Bahia.

A ação fez parte da 2º Jornada Nacional de Lutas do MST que ocupou mais de 14 ministérios estratégicos do governo federal, nas capitais e no Distrito Federal, denunciando o corte no orçamento nacional destinado a Reforma Agrária. 

Na Conab os Sem Terra pautaram o fornecimento da produção agrícola camponesa para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e também o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). 

Além disso, repudiaram o modelo de produção do agronegócio e reafirmaram a necessidade de políticas públicas que dialoguem com a realidade do campo.

Para Domingas Farias, da direção estadual, a Conab na Bahia, é um importante órgão que deveria desempenhar o papel de ser um instrumento de fortalecimento da política de preços baixos nos alimentos agrícolas.

“Se a classe trabalhadora não fiscalizar e pressionar os órgãos e ministérios, iremos o desenvolvimento sociocultural e econômico de todo país será comprometido. Até quando continuaremos sofrendo as segregações sociais?”, indaga.