Agroecologia é apontada como estratégia de luta pela Juventude Sem Terra

Cerca de 180 jovens Sem Terra participaram de encontro no sul da Bahia, debatendo a agroecologia e o papel da juventude neste processo.

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Do Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

“A juventude Sem Terra é fundamental para fortalecer a luta pela Reforma Agrária”, afirmou Maristela Cunha, da direção estadual do MST, durante o 2º Encontro da Juventude Sem Terra da Brigada Olga Benário.

O encontro aconteceu neste final de semana (14 a 16/8) no Assentamento Antônio Araújo, no município do Prado, e contou com a participação de 180 jovens Sem Terra de diversos Assentamentos e Acampamentos do MST do extremo sul da Bahia.

Ao buscar qualificar o debate frente aos desafios históricos que o MST tem enfrentado, a juventude debateu a agroecologia como filosofia de vida e estratégia política na construção e fortalecimento da identidade camponesa.

 

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Temas como a conjuntura política, o papel da juventude, a redução da maioridade penal e suas consequências para população jovem do campo foram abordados durante o encontro.

Algumas oficinas, como percussão, teatro, poesia, dança, artesanato, violão, sexualidade, agroecologia, comunicação popular e mídia de massa, tiveram seu espaço garantido e contribuíram para diversificar a metodologia da atividade.

E para encerrar as atividades, a juventude realizou um campeonato de futebol.

A jovem Adelaide Purificação destacou a importância de reunir jovens de diversas áreas para realizar oficinas e as mesas de debate, o que possibilita a socialização e a troca de experiências para serem aplicadas nas comunidades ali representadas.

Participação

Valdete Oliveira, que atualmente contribui com o coletivo da Escola Popular Egídio Brunetto, relatou a sua história de vida afirmando a importância destes espaços para o fortalecimento da luta pela reforma agrária.

“Participei pela primeira vez de uma atividade da juventude no Encontro Estadual, realizado na cidade de Itamaraju, em 2000. Na época eu tinha apenas 11 anos e meu pai me acompanhou. Como eu estava querendo viajar e participar de outras atividades, minha irmã e eu aprendemos a cantar em menos de dois dias todas as músicas do Movimento”, relata.

Emocionada, Valdete conta que o apoio de sua família foi de suma importância para colocar em prática os princípios organizativos do Movimento e aprender a viver a mística de lutar pela Reforma Agrária.

”Participar dos encontros mudou minha vida. Meus horizontes se expandiram. Antes me sentia isolada e sem perspectiva no assentamento, mas participando das atividades senti que era uma jovem que podia contribuir muito mais para o fortalecimento do Movimento”, conclui.
 

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Desafios

De acordo com Jeanderson de Souza, do coletivo de juventude regional, o 2º Encontro da Brigada Olga, o encontro também cumpri o papel de preparar os jovens e criar as condições para realizarem encontros da juventude nas regionais e no estado, que pretendem acontecer ainda neste ano.

“Precisamos pautar a formação política de nossa juventude como linha de ação para garantir a participação e o fortalecimento de nossas lutas. Os encontros da juventude cumprem este papel”, enfatiza Souza.