Curso de Pedagogia da Terra comemora 11 anos

Comemoração aconteceu durante o Enera estadual no Paraná.

 

 

Por Geani de Souza
Da Página do MST

 

Na noite desta quinta-feira (03), os 500 integrantes do MST, que estão participando do VII Encontro Estadual dos Educadores da Reforma Agrária (Enera), celebraram os 11 anos de parceria com a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), no curso de Pedagogia da Terra para educadores e educadoras do campo.

 

O encontro estadual é um preparatório para o 2° Enera, que acontece entre os dias 21 e 25 de setembro, o município de Luziânia, em Goiás

“Esse curso que completa 11 anos de trajetória é uma conquista dos movimentos sociais populares do campo, que a partir de sua força e mobilização tem conquistado junto ao Estado brasileiro avanços em políticas públicas na perspectiva da garantia do direito a educação às populações camponesas”, disse Simone Rezende, formada na primeira turma.

As primeiras discussões sobre a demanda do curso de Pedagogia da Terra começaram em 2001 juntamente com a Universidade Estadual de Maringá (UEM), mas ganharam força e forma junto à Unioeste, que assumiu o desafio de pensar e fazer a formação de Educadores Pedagogos e Pedagogas do campo.

 

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O curso, em parceria com os movimentos sociais populares a UNIOESTE, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrário (INCRA), o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA), é um compromisso coletivo com a formação de educadores e educadoras do campo. 

“Toda conquista precisa ser celebrada, mas também precisamos reafirmar os nossos compromissos com a educação do campo”, disse Jeizi Back, formada na segunda turma de pedagogia.

O curso já formou duas turmas e esta em andamento com a terceira. A primeira classe foi formada no campus da Unioeste de Francisco Beltrão, e teve inicio em 2004 com 46 educandos, dos quais 35 se formaram.

A segunda etapa terminou em 2013 formando também 35 educandos.

Atualmente a terceira turma está em andamento com 23 militantes.

Para Lilian Faria Porto Borges, pró-reitora de graduação da Unioeste,“a universidade que é um lugar de ensinar, certamente aprendeu muito mais ao abrir suas portas aos movimentos sociais”.

Desde o início do programa já se formaram 69 pedagogos e pedagogas. Destes, 43 estão vinculados a atividades do setor de educação do MST, em sua maioria no Paraná, mas também se formaram pessoas vindas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Além disso, 30 já fizeram algum tipo de especialização, além de mestrados e doutorados.

 

Marcha 

Uma marcha de denúncia à intervenção do agronegócio nas escolas do campo foi organizada durante o encontro. A concentração aconteceu hoje, no início da tarde, na  Avenida Rocha Pombo.

Fontes do Ministério da Educação e da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) apontam que somente no Paraná, nos últimos sete anos, foram fechadas mais de 450 escolas do campo.

Além disso, os educadores denunciaram o uso indiscriminado de agrotóxicos na produção de alimentos. Nós últimos anos o consumo de venenos aumentou muito, em média cada brasileiro consome 5,2 litros de agrotóxicos por ano. Fontes da 10ª Regional de Saúde mostram que na região oeste do Paraná, essa média de consumo por pessoa sobe para 12 litros por ano.

Os estudos apontam para relação entre o consumo de agrotóxicos e o aumento dos casos de câncer e de outras doenças.