Educadores destacam papel das escolas do campo na produção de alimentos saudáveis

“É revolucionário pensar na produção de alimentos saudáveis com o abastecimento popular, mas para isso precisamos ter, além de mão de obra e terra, rumo, projetos e decisão política”, argumentou Adalberto Martins.

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Da Página do MST

O debate sobre a produção de alimentos saudáveis e o papel das escolas no processo da soberania alimentar norteou os trabalhos do na manhã desta terça-feira (22) no 2° Encontro Nacional de Educadoras e Educadores da Reforma Agrária (Enera), realizado no Centro de Treinamento Educacional (CTE), em Luziânia (GO).

Adalberto Martins, do setor de Produção do MST, defendeu que a soberania alimentar e a produção de alimentos agroecológicos estejam incorporados ao abastecimento popular e ao trabalho cooperativo, envolvendo estruturas do campo e da cidade.

“É revolucionário pensar na produção de alimentos saudáveis com o abastecimento popular, mas para isso precisamos ter, além de mão de obra e terra, rumo, projetos e decisão política”, argumentou.
 

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Já Fernando Michelloti, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), afirmou que as escolas do campo têm papel central no desenvolvimento da produção agroecológica e que devem trabalhar com educandos o resgate histórico desse modelo de produção e cuidados com a natureza, a exemplo do realizado por indígenas e camponeses.

“O avanço do capitalismo se dá numa perspectiva de mercantilização da natureza, e essa realidade pode ser mudada a partir dos indígenas e camponeses, que são os povos que mais têm capacidade de cuidá-la”, declarou Michelloti, que também lançou aos educadores e educadoras o desafio de se tornarem “produtores de novos conhecimentos para construir um novo paradigma produtivo no campo”.

Finalizando a roda de debate, Maria Izabel Grein, do setor de Educação do MST, destacou que a luta pela educação deve partir das escolas do campo, e que os educadores devem estar mobilizados para continuar buscando políticas públicas para o setor.

“As escolas dos nossos assentamentos devem ser abertas, ter espaços agricultáveis e conteúdos estruturais que possam mudar a realidade em nossos meios e na sociedade. Também precisamos que a comunidade esteja conosco e que compreenda nosso projeto político pedagógico”, concluiu Maria.
 

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PNERA

Após o debate, Bernardo Mançano Fernandes, da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), apresentou os dados da 2ª Pesquisa Nacional sobre a Educação na Reforma Agrária (Pnera), realizada em todas as regiões do Brasil.

A pesquisa, do Datapronera, traz informações como o número de educandos e educadores que estiveram ou estão inseridos em todos os níveis do ensino, através do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), no período de 1988 a 2011.

Os dados devem ser registrados em um livro e serão disponibilizados por meio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

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