Projeto do MST leva diferentes perspectivas de educação para assentamentos no Maranhão

​Por ano, cerca de 1500 crianças passam pela experiência que tenta aliar educação a luta pela reforma agrária e valorização da cultura local.

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Por Nadine Nascimento
Da Página do MST

O 2° Encontro Nacional de Educadoras e Educadores da Reforma Agrária (ENERA) também se configurou como um espaço de socialização das práticas pedagógicas do MST em todo o país. 

Nesse sentido, cerca de 13 grupos de trabalhos agregaram as inúmeras experiências realizadas em áreas de assentamentos e provocam debates sobre o papel da educação enquanto um espaço que possibilite a emancipação humana (Clique aqui e confira mais fotos do 2° Enera)

O Projeto “Educação, luta, arte e brincadeira das crianças maranhenses”, criado pelo MST, busca socializar as diferentes dimensões educativas com as crianças Sem Terra do Maranhão.

 

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Com dois encontros regionais por ano, o projeto criado em 2002 procura trazer a questão da luta pela terra para dentro das escolas, com o incentivo a arte, dança, música e produção literária. A intervenção ocorre em 64 assentamentos nas seis regiões do estado do Maranhão, e atinge cerca de 1500 crianças anualmente, na faixa etária de 3 a 12 anos.

“O resgate da cultura como um patrimônio popular também é uma preocupação do Movimento Sem Terra, já que a educação é um instrumento fundamental para a emancipação do sujeito. A educação no campo, entretanto, deve ser diferenciada, pois deve ser protagonizada pelos próprios sujeitos do campo“, disse Maria Alzerina Montelo, coordenadora do projeto.

Está previsto para outubro o lançamento do filme homônimo ao projeto que apresenta a vivência das crianças, além de declarações de educadores. Uma prévia dele foi apresentado durante o evento. Nele aparece as crianças praticando esportes, realizando apresentações de teatro, dança e leituras relacionadas à luta pela Reforma Agrária e à valorização da cultura local.

“As crianças Sem Terrinha são consideradas sujeitos históricos, sujeitos construtores também da luta no campo e devem construir essa identidade através da educação”, concluiu Maria Alzerina.