Na Bahia, Sem Terrinha pintam as ruas de vermelho em defesa das escolas do campo

As crianças marcharam pelas ruas centro da cidade contra o uso de agrotóxicos e também para denunciar a privatização da educação no país.

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Do Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

Entre os dias 24 e 25 mais de 500 crianças participaram do 11º Encontro Regional dos Sem Terrinha com o tema “Escola, Terra e Dignidade”, em Itamaraju, no extremo sul da Bahia.

No ato de abertura as crianças marcharam pelas ruas centro da cidade contra o uso de agrotóxicos e também para denunciar a privatização da educação no país. 

Canções, gritos de ordem, cartazes e faixas denunciaram o fechamento das escolas e os impactos do agronegócio na vida das famílias na região.

De acordo com Evanildo Costa, da direção estadual do MST, é fundamental pautarmos de maneira coletiva a luta em defesa da Reforma Agrária por todos os sujeitos que ajudam a construir o MST.

“Os camponeses estão protagonizando diversas lutas em nosso país por direitos conquistados ao longo da história. Quando saímos às ruas e convidamos os povos da cidade a refletir sobre nossas pautas estamos alçando maior unidade política e avançando na construção de uma sociedade melhor para todos”, destacou Costa.

Durante o ato, os Sem Terrinha queimaram centenas de cartilhas e cartazes do agronegócio que estão circulando nas escolas do campo em repudio ao modelo de educação imposta pelo capital e a sua privatização. 

Para o MST a ação visa provocar o debate na sociedade e impedir que a educação pública seja conduzida pelos interesses das empresas privadas e do agronegócio.

“Defendemos a construção de uma base curricular nas escolas do campo comprometida com a reforma agraria, com a soberania dos povos e para isso é necessário que nossos educandos estudem e pratiquem a agroecologia”, afirmou Dionara Ribeiro, do coletivo de formação do MST.

Além da mobilização, as crianças estudaram através de oficinas, algumas plenárias e rodas de conversas os impactos do agronegócio na região, apontando as empresas de celulose como as grandes responsáveis pelas desigualdades sociais. 

Segundo a direção estadual do MST estas empresas ocupam aproximadamente 500 mil hectares de terra obrigando o fechamento de dezenas escolas.

Sempre é tempo de aprender

Wanessa dos Santos, de 12 anos, declarou que nunca tinha participado de um encontro com outras crianças Sem Terra e espera que este seja o primeiro de muitos.

“Aprendi a importância do campo para alimentar nossas cidades, a valorizar a minha identidade e a lutar pela reforma agrária junto com outros Sem Terrinhas”.

“Muitas pessoas falam que o campo não tem futuro, mas quando estão na cidade passam várias necessidades e alguns chegam a passar fome. No meu assentamento a gente produz na terra, come uma variedade de alimentos e vende para garantir comida a outras pessoas”, concluiu Wanessa.