“A cidade precisa dos produtos da Reforma Agrária”, afirma presidenta do Incra

Em visita à 1° Feira Nacional da Reforma Agrária, Maria Lúcia Fálcon, tornou pública a autorização recursos para as demandas de construção de agroindústrias em 11 estados do país.

 

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 Representantes do Incra na Feira Nacional da Reforma Agrária 

 

Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

Fotos: Julio Oliveira

A presidenta do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Maria Lúcia Fálcon, esteve na manhã do último domingo (25) na Feira Nacional da Reforma Agrária, em São Paulo.

Como boa nordestina, o tempero escolhido por Fálcon foi exatamente o da sua terra natal: a Bahia.

Andando pelas barracas instaladas no Parque da Água Branca, a presidenta provou e comprovou uma diversidade de produtos vindos das áreas de acampamentos e assentamentos de todo o Brasil.

“Essa Feira é uma demonstração pública da capacidade produtiva, organizativa, além de ser uma grande lição de cidadania”, comentou a presidenta.

“A cidade precisa cada vez mais do campo e dos produtos da Reforma Agrária, a Feira fez com que a cidade conhecesse a vida e a luta pela terra, com todos os benefícios que ela gera: alimentos saudáveis, emprego, saúde”, disse. “Todas as dimensões da vida na cidade dependem da vida no campo.”

Maria Lúcia comentou o compromisso da presidenta Dilma de assentar as 120 mil famílias acampadas até o final do mandato e reafirmado pelo ex-presidente Lula na último sábado (24).

“O assentamento das famílias é nosso compromisso principal, porém precisamos muito mais do que isso. A Reforma Agrária passa pela desconcentração fundiária e pela valorização das cadeias curtas de fornecimento, onde o campo possa fornecer alimento saudável, energia e água.

A Reforma Agrária não acaba seu trabalho depois do assentamento das famílias acampadas, aí é que começa o trabalho”, afirmou.

 

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Maria Lúcia Fálcon em visita as barracas durante a Feira Nacional da Reforma Agrária

 

Desenvolvimento dos assentamentos

Na ocasião a presidenta tornou pública a autorização de um recurso de R$ 23 milhões para as demandas de construção de agroindústrias em 11 estados do país, além da chamada pública para capacitação e formação em agroecologia e produção orgânica, que atenderá 1400 assentados e assentadas da Reforma Agrária.

Para Débora Nunes, da Coordenação Nacional do MST, além da simbologia do acontecimento do ato na 1ª Feira Nacional da Reforma Agrária, reafirma a necessidade dos compromissos para o desenvolvimento das áreas de assentamento.

“Nesse ato reafirmamos as necessidades de reestruturação e fortalecimento de ações e iniciativas do Incra para avançar no desenvolvimento dos assentamentos, mas também a necessidade de avançar no assentamento das famílias acampadas”, disse Débora.

“A Feira reafirma a necessidade de garantir que se avance no processo de desapropriação e aquisição de terra para que a gente tenha o assentamento do nosso povo.”

Em relação à chamada pública de capacitação em agroecologia, Débora comentou que o MST tem insistido no desafio da transição agroecológica.

“Seja o fortalecimento das ações que já existem em nossas áreas e até mesmo a construção de outras experiências, são fundamentais para que a gente possa avançar no processo e capacitação da nossa base, em especial da nossa Juventude Sem Terra, para que possamos assumir os desafios da transição para a agroecologia.”