Sem Terra discutem situação das famílias que ocupam fazenda em São Lourenço do Sul

A justiça concedeu a reintegração de posse no dia 21 de outubro, mas as famílias resistem à saída, e cobram a destinação da área para reforma agrária.

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Por Leandro Molina (Texto e foto)
Da Página do MST
 

Na manhã terça-feira (3) será realizada uma reunião para tratar a situação das 400 famílias Sem Terra que ocupam a Fazenda Sol Agrícola, em São Lourenço do Sul, na região Sul do Rio Grande do Sul.

A reunião será numa comunidade próxima da fazenda, com participação de representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Brigada Militar, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra/RS) e Secretaria do Desenvolvimento Rural (SDR).

O pedido para organizar a reunião foi feito ao deputado estadual Edegar Pretto, que visitou o acampamento e saiu com a tarefa de fazer a intermediação do MST com o comando da Brigada Militar na região. A justiça concedeu a reintegração de posse no dia 21 de outubro, mas as famílias resistem à saída. “O MST e as famílias acampadas acreditam que os órgãos responsáveis resolverão a questão sem conflitos, com base no diálogo, garantindo que todas as famílias possam ser assentadas”, diz o deputado.

As famílias estão no local desde o dia 19 de outubro, e cobram do Incra a destinação da área para fins de reforma agrária. De acordo com o movimento, a fazenda possui cerca de 750 hectares, de propriedade de um fazendeiro chinês que comprou a área com investimentos de um fundo de pensão da China em 2008 e não investiu mais no local, considerado improdutivo.

O MST vê na reunião uma oportunidade para mostrar à sociedade e autoridades a verdadeira situação da fazenda. Desde o dia 18 de outubro, mais de mil famílias do MST ocuparam latifúndios improdutivos nos municípios de Santana do Livramento, São Lourenço do Sul e em Pelotas.

Os sem terra denunciam que todas fazendas ocupadas são improdutivas e prometem permanecer nos locais até que o Incra resolva o problema das 2 mil famílias acampadas em compasso de espera por reforma agrária no Rio Grande do Sul.