Na Bahia, Sem Terra fazem balanço político e planejam o próximo período

Cerca de 500 Sem Terra participam do encontro regional do extremo sul da Bahia.

IMG_6717.jpg

Do Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Cerca de 500 Sem Terra, assentados e acampados, realizam entre os dias 16 e 18/12 o 28° Encontro Regional do MST no Extremo Sul da Bahia, em Porto Seguro.

O encontro tem o objetivo de avaliar as ações realizadas durante o ano de 2015, estudar o atual cenário político, realizar um planejamento para enfrentar os desafios colocados à classe trabalhadora e traçar novas perspectivas para 2016.

Para isso, os trabalhadores estão construindo um balanço político com apresentação dos resultados alcançados na região e um profundo debate sobre a Reforma Agrária Popular e o método de direção.

Na abertura do encontro, a mística trouxe alguns elementos sobre a realidade política e denunciou os mecanismos de manipulação dos meios de comunicação.

De acordo com Evanildo Costa, da direção estadual, a classe trabalhadora precisa ter cautela no processo de luta e construir unidade com outros movimentos para evitar um retrocesso e perdas de direitos históricos conquistados pelo povo.

 

IMG_0333.jpg

“Estamos em marcha diante de um plano de desestabilização política econômica nacional, orquestrado pela classe dominante. Por isso é fundamental a unidade dos Movimentos Sociais para fortalecer a luta pela soberania nacional e em defesa dos direitos da classe trabalhadora”, explica Costa.

Pensando nisso, Vanessa Barbosa, do coletivo de juventude, afirma que o Encontro Regional é um ótimo espaço para fomentar e definir os caminhos para o fortalecimento das lutas.

“O inimigo que discrimina os negros, que desvaloriza as mulheres, que explora trabalhadores e que exclui a juventude, é o mesmo. A lógica do capital afeta a todos”, destaca.

Já Gilson Santana, do setor de produção, a principal ferramenta dos trabalhadores do campo, frente ao cenário político atual, é a organização dos processos de produção de alimentos saudáveis.

“Precisamos implantar bancos de sementes crioulas, potencializar as formas de produção cooperada e construir novas agroindústrias, garantindo a participação das mulheres e da juventude”, aponta Gilson.

Durante as atividades do encontro, os Sem Terra construíram uma barraca da saúde para atender os participantes e uma ciranda infantil com objetivo de desenvolver atividades lúdicas e educativas. Cerca de 30 crianças estão participando da ciranda.