Banda “Um de Cada Canto” impulsiona a luta na Bahia

Com repertório composto por canções que embalam as lutas no estado, o grupo tem o objetivo de dialogar com a sociedade acerca da Reforma Agrária Popular.

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Do Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

 

Formada por trabalhadores Sem Terra, que estão em luta nas dez regiões onde o MST está organizado na Bahia, a banda “Um de Cada Canto” já possui o seu espaço garantido nas atividades estaduais e regionais que o Movimento vem realizando. 

Com repertório composto por canções que embalam as lutas no estado, a banda, além de animar, possui a tarefa política de organizar a base do Movimento e dialogar com a sociedade sobre a Reforma Agrária Popular. 

De acordo com Neuza de Jesus, integrante, o grupo leva esse nome por ser formado por pessoas, de diferentes localidades do território baiano, que vem cumprindo a tarefa de impulsionar a luta a partir da animação.

“Não tocamos as músicas que a grande mídia reproduz. Nossa tarefa é divulgar aquilo que construímos nestes 31 anos de Movimento. Valorizando a ancestralidade presente na Bahia e as canções que fazem parte do dia a dia das trabalhadoras e dos trabalhadores”, explica.

O grupo foi construído em 2012 durante os encontros do MST, desde então, participou de todos os espaços de luta realizados pelo Movimento a nível estadual. 

Sem um grupo fixo, a banda se reinventa e procura mobilizar o maior número de pessoas possíveis para tocar algum instrumento. Em sua grande maioria, a juventude acaba se apropriando do espaço e construindo diversos gritos de ordem, paródias, novas canções, poesias, piadas e causos.

Com este acervo artístico, os trabalhadores Sem Terra sempre esperam uma novidade e novas ferramentas de luta contra o agronegócio através do grupo.

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Desafios

Para o coletivo de juventude do MST na Bahia, a banda possui o desafio de sistematizar todas as produções e trazer o caráter da agitação e propaganda, se apropriando, por exemplo, do teatro. 

“Precisamos nos contrapor a lógica de dominação do capital. Para isso é necessário formar politicamente as pessoas. A arte é um instrumento que precisa ser valorizado e fortalecido internamente, para que externamente possamos conseguir respostas positivas da população referente as nossas pautas”, destaca o coletivo.

Neuza enfatiza ainda, que a banda está crescendo com o passar do tempo e se organizando cada vez mais, trazendo as características da luta para os momentos de animação. 

“A música precisa passar uma mensagem política às pessoas. ‘Estamos aqui todo mundo junto neste mesmo barco, como podemos fazer para construir um novo projeto?’ Quando a gente questiona colocamos a responsabilidade da transformação social nas mãos de todas e todos”, enfatiza.  

Encontro Estadual

Em 2016, a banda inicia o ano mobilizando mais de 1.500 Sem Terra que participarão do 28º Encontro Estadual do MST na Bahia, de 10 a 13 de janeiro. 

O encontro vai acontecer no Parque de Exposição, em Salvador, e pretende aprofundar o debate em torno do atual cenário político, construir linhas de ação e reafirmar o compromisso de luta em defesa de uma sociedade mais justa e fraterna.

Para esta atividade, a banda está ensaiando algumas músicas de autoria dos trabalhadores e pretendem contribuir nas intervenções, místicas e atividades culturais.