Sem Terra se reúnem no 28º Encontro Estadual em São Paulo

“O MST não é apenas responsabilidade de seus dirigentes, mas de toda a militância. É o momento de fazermos avaliações e contribuir no rumo para onde deve seguir o Movimento”.

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Por Maria Silva
Da Página do MST

 

Na manhã dessa quinta-feira (21), o MST do estado de São Paulo deu início ao seu XXVIII Encontro Estadual. Durante três dias, cerca de 250 militantes reunidos na regional Sudoeste do estado devem discutir temas relacionados à conjuntura brasileira e internacional, aos processos organizativos e aos principais desafios do Movimento. 

As discussões do encontro se darão através da metodologia adotada há tempos pelo MST, por meio de plenárias, reuniões de grupos e atividades culturais distribuídas ao longo dos dias.

Segundo Juliana Bonassa, integrante da direção estadual, esse “é um encontro com caráter de balanço, projeção e organização das nossas ações […]. Por isso, é preciso sempre pensar as ações a partir dos nossos territórios, da nossa vivência no dia a dia, pois só discurso não basta”.

“O MST não é apenas responsabilidade de seus dirigentes, mas de toda a militância. É o momento de fazermos avaliações e contribuir no rumo para onde deve seguir o Movimento”, completa o também integrante da direção estadual do MST-SP, Diogo Mazin.

No primeiro dia de encontro, as discussões estiveram voltadas para a análise da conjuntura política, econômica e agrária, do ponto de vista estadual, nacional e internacional. 

Assembleia da Juventude foi também um momento para avaliar a participação dessa parcela dos trabalhadores. O fechamento do dia ficou por conta do Cinema na Terra, com a exibição do vídeo do VI Congresso Nacional do MST, produzido pela Brigada de Audiovisual Eduardo Coutinho.

Hoje (22), a mística de abertura teve como tema a história de lutas e impunidade que cercam os trabalhadores do campo e da cidade, relembrando o Massacre de Eldorado dos Carajás, que nesse ano completa 20 anos sem que muitas coisas tenham sido feitas para punir os principais responsáveis pela morte de 19 trabalhadores Sem Terra e o ferimento de dezenas de outros.

As discussões que seguem se voltam para pensar as principais frentes de atuação do MST no próximo período, incluindo também a atuação e projeção dos setores e as relações de gênero e feminismo no conjunto da organização. É nesse encontro que será composta a nova direção estadual do MST-SP para os dois anos seguintes.

Homenagem

Nesse ano, o MST-SP homenageia a companheira Ilda Martins, falecida em 2014, reconhecendo sua militância histórica e atuante na organização do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra desde seus primórdios no estado de São Paulo.

Dona Ilda, como era conhecida, sempre esteve presente nas lutas políticas do movimento, cuidando solidariamente da militância, os seus “filhos”, como acreditava. Contribuiu principalmente na organização e massificação de acampamentos, a partir da atuação direta no setor de Frente de Massas.

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