Sem Terra correm o risco de despejo no Rio Grande do Norte

De acordo com a direção do MST, a visita da ministra Kátia Abreu ao estado no final do ano passado haveria mudado consideravelmente os acordos firmados.

Da Página do MST

As cerca de 150 famílias do acampamento Dandara, na região do Seridó do Rio Grande do Norte, correm o risco de sofrerem um despejo violento nesta terça-feira (2). As famílias estão cercadas pela polícia militar da região.

Desde o dia 22 de novembro os Sem Terra estão acampados numa área da Empresa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), pertencente à União. 

Segundo as famílias, desde então eles têm sofrido com constantes ações truculentas, tentativas de atropelamento, ameaças de morte, além da negação do direito à água.

Segundo a direção estadual do MST, logo depois do primeiro despejo – que ocorreu em menos de 15 dias após a ocupação – houve uma negociação com o governo. Neste período, os Sem Terra responderam a atitude do estado com luta, o que permitiu a conquista de vários acordos.  

No entanto, de acordo com os dirigentes, a visita da ministra Kátia Abreu ao estado no final do ano passado haveria mudado consideravelmente os acordos firmados.

“A dinâmica que vem se desenhando na região, desde a ocupação, revela nitidamente o projeto do agronegócio, que se utiliza dos órgãos e instrumentos do Estado para sua manutenção, enquanto que para as famílias da região são negadas o direito básico da terra e da reprodução da vida, além do desenvolvimento regional, que poderia ser promovida pela organização das famílias camponesas, ainda mais num período de vários impactos da seca e das cercas”, destaca a nota da direção.

Para a acampada Maria das Graças, “essas ações fazem parte de uma articulação dos poderosos da região e do governo, que não querem que o MST fique na região, pois sabem que tem muita gente sem terra e pouca gente com muita terra, que se organizadas, serão uma forte ameaça para eles”.