Venda de cestas agroflorestais estimula o cultivo em SAF’s em Ribeirão Preto

O projeto iniciou com a entrega de 8 cestas por semana e, no final do ano passado, já eram vendidas 80 cestas semanalmente. O consumidor paga adiantado o valor de R$ 150 por mês e recebe 1 cesta por semana.

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Por Regina Groenendal
Do IBS

Tirar o sustento do solo sem degradá-lo e repor os nutrientes para que permaneça fértil. Assim pode ser definido o ciclo virtuoso dos Sistemas Agroflorestais, também conhecidos como SAF’s que estabelecem a plantação de espécies agrícolas e florestais em uma mesma área. O objetivo principal é o desenvolvimento de uma agricultura sustentável, que respeite e preserve os recursos naturais existentes.

Em março de 2015, foi iniciado o projeto de comercialização de cestas agroflorestais com produtos cultivados em SAF´s no PDS Faz Da Barra, núcleo Mario Lago, em Riberão Preto – SP. Nesse projeto, participam 30 famílias que produzem verduras, legumes e frutas sob orientação de técnicos do Instituto BioSistêmico (IBS) que atende contrato do Incra/SP no assentamento.

 

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“Esse projeto tem como objetivo melhorar a produção e renda dos assentados, viabilizando a produção em um lote de 1,5 hectare, assim como trabalhar um sistema de produção que seja sustentável, sem agressão ao meio ambiente e preservando a saúde do produtor”, explica o engenheiro agrônomo Eduardo Geraigire que integra a equipe do IBS.

Segundo Geraigire, o projeto iniciou com a entrega de 8 cestas por semana e, no final do ano passado, já eram vendidas 80 cestas semanalmente. O consumidor paga adiantado o valor de R$ 150 por mês e recebe 4 cestas, sendo uma a cada semana, que são entregues em diferentes pontos de distribuição em Ribeirão Preto.

Desafio

De acordo com o assentado Vandeí Junqueira, que atua na coordenação do grupo que integra o projeto, a assistência técnica do IBS tem desempenhado papel fundamental, orientando os produtores no planejamento da produção para garantir qualidade e variedade dos produtos sem agrotóxicos, durante o ano inteiro. “Outro papel fundamental do IBS é o de acompanhar e orientar os produtores no processo de certificação orgânica pelo Organismo de controle social – OCS”, relata.

 

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Junqueira afirma que, por meio das cestas, o SAF ganhou mais visibilidade e muitos produtores se interessaram em produzir no lote de forma agroflorestal. Ele complementa que, mesmo nas épocas de menos produção, o fato de trabalhar com uma venda coletiva permitiu que cada produtor possa vender sua produção e tirar uma renda mensal.

O assentado pondera que é importante que o consumo consciente seja cada vez mais disseminado. “Ao escolher determinado produto, o consumidor apoia todas as etapas que levaram o alimento até sua mesa. No caso de um alimento agroflorestal, ele ajuda pequenos produtores a viver da sua terra e consome um produto livre de veneno, que foi produzido de uma forma que respeita a natureza e que alia produção de alimento a reflorestamento”, destaca.

O projeto de comercialização de cestas agroflorestais conta com o apoio financeiro de programas como o Micro Bacia II, Agroflorestar I e FUNbio. Cada família participante do projeto implantou no seu lote uma área de 500 ² de plantio de hortaliças e frutas no modo SAF.
 

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