MST realiza audiência pública para debater a Reforma Agrária popular no PR

A iniciativa contou com a presença de 300 pessoas que debateram políticas governamentais voltadas também para a implementação da agroecologia e da agricultura camponesa.

 

Por Riquieli Capitani
Da Página do MST

 

O MST realizou na tarde na tarde dessa quinta-feira (18), no Ginásio de Esportes Douglas Pereira, região dos Campos Gerais (PR), uma audiência pública sobre Reforma Agrária Popular, agroecologia e agricultura camponesa.

A iniciativa contou com a presença de 300 pessoas que debateram políticas governamentais voltadas para a implementação da Reforma Agrária, da agroecologia e da agricultura camponesa.

Além dos trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra, também participaram da audiência o deputado estadual Tadeu Veneri, membro da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Paraná, Deamiro Mara, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Castro, Reinaldo Cardoso, prefeito municipal de Castro, entre outros.

A audiência também tratou da situação do Acampamento Maria Rosa do Contestado, a Fazenda Cipó, localizada no município de Castro, que conta hoje com aproximadamente 210 famílias Sem Terra.

Histórico

A fazenda, que é propriedade da união, estava sendo utilizada por duas empresas irregulares, entre elas a Fundação ABC. Ambas tinham contrato de uso vencido há 10 meses com a união.

Sabendo disso, o órgão pediu a área de volta para leiloá-la, porém o Incra solicitou que ela fosse destinada para a reforma agrária, transformando as terras em um assentamento modelo, onde toda produção seja agroecológica.

As empresas chegaram a entrar na justiça para ficar com as terras, mas perderam. Desde abril de 2014 há uma liminar de despejo contra a Fundação ABC, com multa diária de R$ 20 milhões, mas o governo do Paraná não cumpriu com a ordem judicial.

“Com a audiência, nós queremos mostrar para a sociedade que a reforma agrária popular é possível, assim como é possível transformar as terras da Fazenda Cipó em um assentamento agroecológico, com produção diversificada, saudável, com vida, onde antes só se via empresas privadas se beneficiando de um patrimonio publico para gerar dinheiro e incentivar o uso indiscriminado de venenos nas lavouras”, comenta Joabe Mendes, membro do MST.

Pela manhã ocorreram outras duas atividades. Uma visita ao Acampamento Maria Rosa do Contestado, e às 10h, a Marcha Popular no centro de Castro, com saída do Parque Lacustre, em direção ao Ginásio de Esportes Douglas Pereira, onde ocorreu a audiência.